Em Portugal, tem-se vivido nas últimas décadas sob uma espécie de ditadura dos partidos que é imposta à sociedade civil. Esse fenómeno tem vindo a acentuar-se, sobretudo nos últimos 15 anos, período durante o qual se tem observado, não raras vezes, a sobreposição de interesses partidários àquilo que são os anseios e as legítimas aspirações do corpo social considerado no seu todo. Este facto tem redundado em prejuízo para a sociedade portuguesa e para o futuro do País.
A sobreposição dos interesses partidários exercida sobretudo pelos dois partidos do Bloco Central, tem permitido que, PS e PSD, através das suas redes clientelares, vão distribuindo cargos em empresas e organismos públicos, o que tem resultado num condicionamento e, de algum modo, num atraso da tão necessária e urgente reforma do Estado.
O afastamento cada vez maior dos cidadãos relativamente ao sistema político-partidário e um certo desencanto com a política e os políticos, resultam em grande medida da constatação de que muitas das soluções para os problemas do país ficam eternamente adiadas por uma falta de visão de políticos que deveriam colocar os interesses do País à frente dos interesses partidários e dos seus interesses pessoais.
As próximas Eleições Legislativas de 5 de Junho vão realizar-se num contexto particularmente grave da vida nacional, numa altura em que, paira sob Portugal o espectro da perda da nossa independência económica e financeira, ou seja, em que a soberania financeira do Estado Português já está neste momento nas mãos dos nossos credores, em consequência da atitude política irresponsável e eleitoralista de Sócrates e do seu Governo.
A meu ver, o que está em causa nas próximas eleições não é apenas uma recomposição do espectro político-partidário na Assembleia da República e a consequente formação de um Governo para Portugal, com ampla aceitação na sociedade portuguesa.
O que está em causa nestas eleições é, sobretudo, o início de um novo ciclo político e ideológico.
Este novo ciclo precisa de novos protagonistas, de homens e mulheres que expliquem com seriedade, frontalidade e sem subterfúgios aos portugueses a real situação do país e que, simultaneamente, proponham ao eleitorado de forma convincente uma nova visão de futuro e de progresso para Portugal que contrarie o actual modelo socialista que conduziu nestes últimos anos o nosso país ao abismo e ao caos económico-financeiro.
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