16 de setembro de 2010

A indefinição e a ambiguidade de Cavaco Silva e a necessidade de um canditado de Direita


Face à indefinição ideológica e à prática política por vezes ambígua de Cavaco Silva, os sectores políticos e ideológicos de Centro Direita e de Direita reclamam a necessidade do surgimento de um candidato próprio.

 
A 20 de Outubro de 2005, Cavaco Silva anunciava no Centro Cultural de Belém a sua candidatura à Presidência da República.

  Na altura, o anúncio foi recebido com entusiasmo e expectativa, sobretudo pelos partidos do Centro e Centro-Direita, e também por um amplo sector conservador de Direita, que viam na candidatura do Prof. Cavaco Silva uma espécie de lufada de ar fresco face à situação de desânimo que então se vivia em Portugal.

  No discurso de apresentação de candidatura, Cavaco Silva justificava a sua candidatura: "por um imperativo de consciência" e para ajudar a “superar o sentimento de descrença e pessimismo” da sociedade portuguesa.”

  É oportuno recordar que na altura desse anúncio, estava em funções o 1º Governo de José Sócrates, apoiado na maioria absoluta que o PS tinha conquistado recentemente nas legislativas desse ano. Face a essa maioria absoluta e ao receio da vitória de um candidato de Esquerda na eleição para a Presidência da República, os referidos sectores do Centro e da Direita apoiaram sem hesitar, Cavaco Silva. Ou seja, a candidatura de Cavaco Silva constituía, naquele contexto político, a esperança de que não haveria uma hegemonia da Esquerda nas três principais instituições garantes do regular funcionamento do Estado de Direito democrático, a saber, o Parlamento, o Governo e a Presidência da República.

  Cavaco Silva foi eleito à primeira volta, tendo vencido com 50,54% dos votos.

  Os sectores políticos e sociais que o apoiaram esperavam, desde logo, ver o candidato recém-eleito desempenhar o cargo de Presidente da República de acordo com as expectativas que tinham sido criadas, ou seja, de forma isenta, mas simultaneamente interventiva.

  Numa apreciação global àquilo que tem sido o desempenho de Cavaco Silva, durante os últimos cinco anos, nas suas funções de Presidente da República, considero que tem ficado aquém das expectativas que criou nos portugueses que constituíram a base natural de apoio à sua candidatura a Belém.

  Com efeito, é habitual ouvir em diferentes círculos políticos, económicos e sociais que apoiaram Cavaco Silva em 2005, críticas acerca de posições por vezes pouco enérgicas e corajosas relativamente a assuntos polémicos, no desempenho das suas funções como supremo magistrado da Nação.

  Quando questionado sobre tomadas de posição claras que deveria ter assumido relativamente a questões de princípios, como por exemplo na questão da polémica lei do pseudo-casamento homossexual, é frequente ouvirmos o Presidente da República alegar em sua defesa o dever de imparcialidade. A meu ver, quando toca a questões de princípios, o dever de imparcialidade a que o Presidente da República está obrigado constitucionalmente, não o impede de forma alguma de emitir as suas opiniões e agir em conformidade, em defesa dos superiores interesses de Portugal e da sociedade portuguesa.

  Em minha opinião, a promulgação desta lei, bem como de outras polémicas leis na área dos costumes como sejam a liberalização do aborto, as experiências com embriões, o divórcio a pedido e a educação sexual nas escolas, deixam bem patente aos olhos de muitos portugueses que Cavaco Silva defraudou parte considerável do seu eleitorado natural que esperava dele, medidas mais combativas e enérgicas face à promulgação deste tipo de legislação.

  Perante uma prática política que se distanciou de algum modo daquilo que foram as suas propostas em 2005, é inevitável, mas ao mesmo tempo saudável que haja uma ruptura entre o sector  conservador de Direita e o Prof. Cavaco Silva em vista da sua eventual candidatura a um novo mandato em Belém.

  Nos últimos meses, algumas são as vozes que têm insistido na necessidade de surgir um candidato à Presidência da República claramente de Direita. Ontem mesmo realizou-se em Lisboa um jantar em Lisboa promovido por independentes e militantes do CDS/PP no sentido de incentivarem José Ribeiro e Castro a candidatar-se à Presidência da República, desafio que Ribeiro e Castro admite aceitar, no sentido de os sectores da Direita e de Centro-Direita poderem estar devidamente representados nessa eleição.

  Aguardemos e vejamos o que nos reservam as próximas semanas relativamente ao anúncio de novas candidaturas à Presidência da República.



9 de setembro de 2010

A destruição do Ensino Tradicional e a imposição de uma mentalidade socialista autogestionária na Escola


GIGANTESCA MÁQUINA DE PROPAGANDA AO SERVIÇO DO ACTUAL REGIME SOCIALISTA TENTA IMPOR DE FORMA AUTORITÁRIA E ANTIDEMOCRÁTICA MUDANÇAS RADICAIS NO SISTEMA DE ENSINO TRADICIONAL  

    Ao longo desta semana e da próxima, tem início mais um novo ano escolar. 

   Por via de regra, o início de um novo ano lectivo é a ocasião em que os alunos renovam o propósito de conseguirem alcançar um bom aproveitamento escolar, e suscita simultaneamente entre pais, encarregados de educação, e muitos professores, grandes expectativas, mas também algumas apreensões. 

   Venho hoje falar-lhe de um tema que, a meu ver, deveria causar grande interesse e alguma preocupação, sobretudo nos pais e encarregados de educação, e em muitos professores conscientes das suas responsabilidades como formadores. 

   Refiro-me ao modo de ensino do Português, e de uma maneira geral de todas as disciplinas que, lamentavelmente, tem vindo a deteriorar-se nos últimos anos na generalidade das escolas, sobretudo depois da recente reforma de 2003-2004, em grande medida como resultado das erradíssimas políticas aplicadas pelo Ministério da Educação. 

   Na obra “O Ensino do Português” de autoria da Professora Maria do Carmo Vieira, dada à estampa em Junho deste ano e cuja leitura recomendo vivamente, sobretudo aos pais e encarregados de educação, é escalpelizado o actual estado de deterioração do ensino em geral e, nomeadamente, a disciplina de Português. 

   Com efeito, a autora alerta-nos nesta obra para a total desresponsabilização dos alunos, a qual resulta de um sistema, cujo propósito deliberado, segundo os seus mentores, consiste em disseminar a ideia de que “o esforço, o espírito de sacrifício e a força de vontade, inerentes ao acto de aprender” são aspectos que têm de ser relegados para segundo plano, em nome de um novo conceito de ensino mais igualitário, por oposição a um conceito antiquado baseado numa visão hierarquizada. 

   Desse modo, os mentores desta reforma pretendem criar na mente dos alunos a falsa ideia de que uma atitude menos exigente num sistema de ensino cada vez menos hierarquizado e mais autogestionário, fará com que eles tenham mais êxito em termos de aproveitamento e de conhecimentos. Ora, uma tal ideia é uma pura falácia. 

   A autora alerta-nos ainda para o facto de esta reforma praticamente não ter sido debatida de um modo sério antes de ter entrado em vigor. E percebe-se bem porquê. Os seus mentores não tinham certamente grande interesse em encontrar resistências à sua determinação de impor o novo modelo pedagógico, onde, segundo eles, se visa criar uma nova concepção de escola e uma nova concepção de professor. 

   Para ilustrar melhor o que acabei de afirmar, refiro um excerto bem exemplificativo da atitude autoritária dos mentores novo sistema de ensino: “ Dissuadindo do diálogo franco e verdadeiramente construtivo, advertiam os seus autores contra a inutilidade de qualquer crítica que pusesse em causa a “mudança” E afirma-se mais à frente: “ Quem ousou pensar e argumentar, usando o seu espírito crítico e a sua experiência profissional, foi de imediato acusado de ser «catastrofista», «individualista», «fascista», e «elitista», mas também «comunista» e «extremista», num emaranhado de cognomes controversos que não tinham outro objectivo que o de assinalar demagogicamente o opositor, com a advertência de que teria de habituar-se ao novo modelo de ensino.” 

   Segundo a autora, relativamente ao ensino da disciplina de Português, o novo modelo preconizado menospreza os conteúdos e despreza o património histórico e artístico que representa a Literatura. Ainda de acordo com este novo modelo de ensino os professores devem ser relegados para um plano meramente funcional, ou seja e citando novamente a autora: “tornados simples servidores do Estado e por ele protegidos do inconveniente de pensar. (…) Com efeito, a secundarização da relação ensinar-aprender teve em vista tornar ilegítimo o verbo «ensinar», banindo-o da função de um professor e daí o aumento de conflitos na sala de aula.” 

   Chegados a este ponto, questiono o caro ouvinte acerca do seguinte. 

   Será que este novo modelo de ensino que visa destruir metódica e paulatinamente os alicerces em que sempre assentou o ensino tradicional, e que o poder político está a tentar impor de forma antidemocrática a alunos e professores, obedece apenas aos desejos e caprichos de uns quantos burocratas que definem as políticas educativas no Ministério da Educação em Lisboa? 

   Ou, pelo contrário, obedece este modelo de ensino a outras ambições, quem sabe, políticas e até mesmo ideológicas, cujo fim último consistirá na aplicação de um socialismo autogestionário na Escola, que o referido poder político está determinado em impor também em outras esferas da vida e da sociedade, através da actuação subtil e profunda da gigantesca máquina de propaganda ao serviço do actual regime socialista? 

   Deixo isto à sua reflexão.