10 de novembro de 2011

O iminente colapso do Euro

Fonte: Economia Br  
  
   A crise das dívidas soberanas na Zona Euro vai-se agravando de dia para dia. Depois das intervenções do FMI, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu na Irlanda, na Grécia e em Portugal, antevê-se desde já o iminente resgate à Itália.

   Muitos eurocépticos começam a ver confirmar-se as suas desconfianças relativamente à tão propagandeada solidez do Euro como moeda de referência a nível mundial.

   A realidade do Euro é hoje bem diferente daquilo que foi ambicionado pelos defensores da moeda única. Por outras palavras, diferente daquilo que foi ambicionado pelos defensores de um federalismo europeu que, a ser um dia alcançado, seria o culminar de um processo de esbatimento paulatino das identidades nacionais seculares das várias nações europeias.

  O Euro foi criado, entre outros motivos, com o intuito de funcionar como um dos alicerces de uma maior integração económica e política europeia a caminho desse federalismo que não é desejado pela grande maioria dos europeus.

  Uma década passada sobre a entrada em vigor desta nova moeda, vai ficando cada vez mais evidente aos olhos de muitos que pode estar iminente o colapso do Euro.

  A este respeito gostaria de referir uma entrevista que está a circular amplamente no YouTube, concedida pelo eurodeputado britânico conservador Nigel Farage à emissão em inglês do canal de televisão russo RT. Inexplicavelmente, o vídeo praticamente não foi divulgado em canais televisivos nacionais ou estrangeiros. Talvez essa atitude se deva ao facto de Nigel Farage fazer afirmações muito incómodas para alguns governantes europeus, para muitos eurocratas e para alguns dos responsáveis das principais instâncias comunitárias.

  Na entrevista, Nigel Farage fala sobre a inevitabilidade do colapso do Euro e da saída de Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda do grupo dos países que integram a moeda única.

  Pelas suas palavras, depreende-se facilmente que os contornos mais dramáticos sobre a crise do Euro estão a ser ocultados à generalidade dos cidadãos e aos contribuintes. A serem conhecidos cabalmente, poderiam fazer desencadear situações sociais e políticas de graves consequências, daí o silêncio sobre os mesmos.

  Quando questionado sobre se a Espanha e a Itália caírem, ou seja, se entrarem em incumprimento, Nigel Farage respondeu:

" É difícil prever o que vai acontecer, mas se a Itália cair irá precisar de um resgate de 2 biliões de euros.

  E qual é o sentido de resgatar estes países? O que são os resgates. Será que estão a ajudar as pessoas na Grécia, em Portugal e na Irlanda?
  
  Não, não estão!

  O que estão a fazer é a dar dinheiro a esses países para o devolver aos nossos bancos que o emprestaram em excesso. Tudo isto é uma loucura, estes países que estão presos numa prisão económica chamada Euro precisam é de desvalorizar a sua moeda; sem uma desvalorização receberão pacotes de austeridade que os obrigam a entrar numa espiral de deflação que, na minha opinião, pode levar à revolução na Grécia e em Portugal.

O que estamos a fazer é estúpido e muito, muito perigoso. "

   De seguida Nigel Farage foi questionado sobre o falhanço económico e político da Zona Euro e perguntaram-lhe qual a solução, qual o objectivo?

  NF – “Será que podemos ser bons europeus e reconhecer que quando a inevitável falência grega chegar, a não ser que tenhamos um plano B, no dia 1 os bancos não terão dinheiro, no dia 2 não haverá pão nas padarias (…)

   Penso que os economistas irão começar a delinear um plano de contingência que permita à Grécia, Portugal e provavelmente à Irlanda abandonar o Euro, reestruturar as suas dívidas, criar uma nova moeda que desvalorize talvez 50 ou 60%, e tal como a Islândia provou em 2008, por vezes é melhor encarar as más notícias, aceitar a realidade e recomeçar. E é isso que precisa de acontecer."

   Numa época tão conturbada para os destinos da Europa, convém estarmos bem atentos às diversas opiniões que tão facilmente podem chegar ao nosso conhecimento vindas pelos mais diversos meios, de forma quase instantânea e de qualquer ponto do globo, e não nos deixarmos influenciar por visões por vezes um pouco redutoras de uma realidade que nos é filtrada por alguns meios de comunicação social de referência.