Comemora-se na noite de 24 para 25 de Dezembro o Nascimento do Deus Menino em Belém, o Príncipe da Paz, símbolo da união entre os homens e que veio trazer à Terra o espírito da Paz, da Concórdia e da Felicidade entre os povos.
Ao longo de séculos, o autêntico espírito cristão da entrega ao próximo e da procura do bem comum, infundiu e fez florescer nos mais diversos povos, e de forma especial na Europa, uma série de riquíssimos costumes e tradições carregados de simbolismo, alusivos à quadra do Natal. Esses símbolos e tradições reflectem-se nas mais diversas áreas da existência humana desde a música, a gastronomia, as artes decorativas e, muito especialmente, no hábito secular de fazer o Presépio tanto nas casas como nos espaços públicos. Enfim, um sem-número de formas de celebrar uma data que deveria ser sobretudo evocada pelo seu carácter religioso profundo e, por excelência, o momento do ano para a celebração do verdadeiro espírito de Família.
No entanto, algumas das sadias e seculares tradições da Quadra Natalícia vão-se perdendo gradualmente, sobretudo em resultado do estilo de vida agitado do mundo contemporâneo em que o sentido religioso do Natal cristão, nalguma medida, se vai perdendo, sendo substituído por um excessivo consumismo que vai conduzindo paulatinamente ao esquecimento daquilo que é a essência do Natal Cristão.
O laicismo militante que vai sendo imposto às sociedades actuais, vai relegando para um segundo plano a evocação do carácter sagrado de certas festas religiosas católicas nos espaços públicos, remetendo-as para a esfera privada. Esse tem sido um factor determinante para a laicização do mundo contemporâneo, e contribuído simultaneamente para o abandono gradual da vertente sagrada de algumas tradições natalícias.
A celebração do Nascimento de Cristo, que deveria ser o ponto central de todas as atenções durante a quadra natalícia, mormente em países de antiquíssima tradição católica como é o caso de Portugal, vai dando lugar a um materialismo e um consumismo difusos, a tal ponto que, para muitos dos nossos contemporâneos, o Natal parece reduzir-se à mera troca de lembranças e pouco mais.
Mas, perante a investida deste laicismo militante que se vai disseminando pela outrora Europa cristã, vão surgindo aqui e ali movimentos de sadia reacção que se reflectem em actos públicos realizados por inúmeras famílias.
Refiro-me ao movimento que em 2009 foi iniciado em Espanha por um grupo de famílias católicas e que, face à investida de laicização da sociedade, sentiram necessidade de afirmar publicamente a sua fé e, por ocasião do Natal, lançaram uma campanha de divulgação de estandartes com o Menino Jesus para serem colocados em janelas e varandas.
Essa iniciativa teve uma enorme adesão em Espanha aquando do seu lançamento, de tal modo que muitas famílias portuguesas também aderiram a essa boa iniciativa que continua no presente ano.
Desde o início do Advento é possível ver, em várias cidades do nosso país, e também em Vila Real, algumas centenas de estandartes de Natal, numa afirmação clara da adesão de muitas famílias cristãs ao espírito religioso e sagrado do Natal.
Iniciativas como esta são cada vez mais necessárias para fazer renascer o verdadeiro espírito do Natal, ou seja, o Natal cristão.
Um Santo Natal para si!