Fonte: cds.parlamento.pt
Desde 23 Março, dia em que o PEC IV foi chumbado na Assembleia da República pelos partidos da oposição, tem-se assistido a uma permanente troca de acusações entre PS e PSD sobre as responsabilidades pelo agravamento da actual situação económica e financeira do país. Numa sucessão de declarações e de conferências de imprensa, os líderes e os porta-vozes do PS e PSD têm ocupado os horários nobres das televisões, procurando marcar a agenda política da dura e renhida disputa eleitoral que se antevê para breve.
Por um lado, ouvimos José Sócrates e os seus acólitos, em declarações que obedecem a uma estratégia de vitimização calculada e preparada em termos mediáticos, a acusarem toda a oposição de irresponsável e a culpabilizá-la pelo aumento dos juros da dívida pública e pelo downgrade do rating da República. Ao fazê-lo, José Sócrates e o seu Governo procuram isentar-se de responsabilidades pelo estado caótico a que chegaram as contas públicas e que coloca Portugal numa virtual situação de incumprimento das suas obrigações para com os credores. É um cenário que, a confirmar-se, não ocorria desde a remota crise financeira de 1891 quando as finanças do Estado e o sistema bancário entraram em colapso e Portugal deixou então de conseguir honrar os compromissos perante os seus credores.
Por outro lado, ouvimos Pedro Passos Coelho e destacados membros do PSD a desdobrarem-se em declarações sobre o que nos trouxe até à actual crise da dívida pública, limitando-se a apresentar algumas ideias avulsas como solução para a possível saída da crise da dívida soberana, ao invés de apresentarem uma visão de conjunto sobre o assunto.
É oportuno recordar que foi o PSD, através da abstenção e alegando o interesse nacional, que viabilizou o último orçamento e o PEC3 que acabaram por contribuir para que Portugal chegasse à actual situação de catástrofe financeira.
A meu ver, os líderes dos dois partidos do Bloco Central parecem não ter percebido ainda que, na situação particularmente grave que o país atravessa em que há um enorme descontentamento com a classe política, os portugueses anseiam certamente por muito mais do que apenas a urgente resolução da grave situação das finanças públicas. Aquilo por que todos esperamos nas actuais circunstâncias é por políticos credíveis que revelem um verdadeiro sentido de Estado, que coloquem os interesses de Portugal acima de interesses de grupos de pressão e falem verdade ao povo português sobre a real situação do país.
Perante a actual crise de valores éticos e morais que se instalou na sociedade e que também vai alastrando à classe política, torna-se cada vez mais urgente e necessário o surgimento de verdadeiros estadistas que, com frontalidade e sem calculismos, apresentem aos portugueses propostas para a reforma do Estado e para a reformulação do actual modelo económico já gasto. Esse modelo económico tem condicionado o desenvolvimento da iniciativa privada mediante a imposição de uma pesada carga tributária com a qual o Estado subtrai, por via fiscal, quase 50% da riqueza produzida pelos portugueses.
Para inverter a tendência de rotativismo entre PS e PSD das últimas três décadas, situação que tem impedido a tão desejada reforma do Estado, é necessário e fundamental uma votação muito expressiva nas listas do CDS-PP nas próximas eleições legislativas antecipadas.
O CDS-PP é o partido com maior actividade parlamentar na actual legislatura, tendo feito 646 perguntas ao Governo e apresentado 353 iniciativas legislativas. Esta intensa actividade do Grupo Parlamentar do CDS-PP à Assembleia da República deve-se à qualidade e eficácia dos seus deputados e deputadas que têm conquistado a simpatia de um número cada vez maior de portugueses que confiam nas suas propostas.
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