29 de outubro de 2009

Polémica no Colégio Militar sobre alegadas agressões a alunos



Está certamente a par da recente polémica que foi criada e que tem sido alimentada até à exaustão pela imprensa e pelas televisões em geral, relativamente a alegadas agressões praticadas no Colégio Militar por oito ex-alunos alunos graduados sobre um restrito número de colegas mais novos.

Segundo o que tem sido veiculado pelos meios de comunicação social, os factos sobre esses alegados actos de violência física que terão sido praticados, acabaram por ir parar à barra dos tribunais aguardando agora pela avaliação e pela decisão da justiça.

Não é meu propósito abordar aqui os factos ocorridos.

O que me parece realmente importante e de interesse, é perceber por que razão se criou de repente um verdadeiro circo mediático, através do qual se está a tentar passar para a sociedade portuguesa uma ideia negativa e exagerada sobre uma prestigiadíssima instituição de ensino como é o Colégio Militar. Através da exacerbação no relato de alguns factos, os meios de comunicação vão alimentando uma polémica que, a meu ver, tem como objectivo principal e único tentar desprestigiar o Colégio Militar. Ou seja, a esquerda radical, através do Bloco de Esquerda, na sua ânsia constante de atacar tudo aquilo que são instituições representativas da Nação e da Identidade Portuguesas, está certamente a querer criar um caso e fomentar uma polémica, através dos meios de comunicação social, pretendendo que a mesma redunde numa campanha de desprestígio do bom-nome de uma das mais prestigiadas instituições de ensino do nosso país. O fim último desta campanha será, a meu ver, a tentativa de enfraquecimento gradual da imagem do Colégio Militar aos olhos da opinião pública. Estamos assim em condições de poder afirmar que este circo mediático teve na sua origem motivações políticas bem claras e alvos bem definidos.

Recordemos os factos. De acordo com uma notícia publicada a 20 de Outubro no Diário de Notícias, sob o título “Bloco de Esquerda quer relatório do Colégio Militar”, podia ler-se afirmação do Deputado Fernando Rosas “O Governo não irá conseguir abafar a situação de tratamentos bárbaros infligidos a alunos do Colégio Militar”. Recorda ainda que “existem actualmente em curso processos a correr no DIAP na sequência das queixas apresentadas por encarregados de Educação.”

No dia 21 de Outubro o Diário de Notícias noticiava ainda que o Ministério Público tinha acusado formalmente oito alunos do Colégio Militar por seis crimes de maus-tratos contra colegas mais novos, que aconteceram no interior daquela instituição de ensino. Os incidentes ocorreram no ano lectivo de 2006/07 e no princípio de 2008.

Como português, atento que estou aos graves casos que se arrastam na Justiça ao longo de vários anos, como é o processo de pedofilia da Casa Pia que não mereceu por parte da Procuradoria Geral da República a consideração de “violência escolar”, fico no mínimo intrigado ao tomar conhecimento da celeridade com que o Ministério Público acusa formalmente um grupo de alunos do Colégio Militar por actos de “violência escolar.”

Fico igualmente perplexo ao constatar que os grandes meios de comunicação social parecem usar dois pesos e duas medidas neste tipo de situações. Com efeito, perante o relato de factos ocorridos em escolas públicas e até nalguns colégios privados, idênticos ou por vezes até mais graves que os factos que terão ocorrido no Colégio Militar, inexplicavelmente não é dada qualquer importância em termos mediáticos.

Ao actuar desta forma, a esquerda radical e alguns dos seus companheiros de viagem, parecem estar determinados em atacar frontalmente o Colégio Militar, uma instituição de excelência, uma Escola de Autênticos Valores onde se forjam uma identidade e uma cultura próprias baseadas no espírito do serviço e na defesa dos autênticos valores nacionais e no orgulho pela História de Portugal.

15 de outubro de 2009

Centenário da implantação da República



É necessário repor a verdade histórica sobre a forma como foi implantado o Regime Republicano

A menos de um ano das comemorações do Centenário da implantação da República, que teve lugar a 5 de Outubro de 1910, é possível ir tomando conhecimento de algumas das iniciativas que serão levadas a cabo pela Comissão Nacional para as comemorações do Centenário, visitando a página de Internet www.centenariorepublica.pt e também lendo algumas notícias que têm sido publicadas na imprensa acerca destas comemorações.

Ao consultar os conteúdos da página da Comissão Nacional para as comemorações do Centenário da República, o visitante menos informado ou desconhecedor das circunstâncias e da forma como foi implantado o regime republicano em 1910 e o modo como se foi afirmando política e ideologicamente nos anos subsequentes, ficará certamente com a ideia de que o regime que agora se pretende comemorar e exaltar com pompa e solenidade, foi, na sua origem um regime verdadeiramente democrático; ou seja, algo que está totalmente distante daquilo que foi a realidade histórica.

Em minha opinião, a ideia que os responsáveis pelas comemorações oficiais do Centenário da República quererão fazer passar para a opinião pública durante as comemorações, é a de uma república ideal que na realidade nunca existiu.

Felizmente que a facilidade de acesso aos vastíssimos conteúdos actualmente existentes na Internet permite que o visitante interessado e com curiosidade em informar-se sobre outras visões e opiniões acerca do Centenário da República, o faça apenas à distância de um clique.

De entre as muitas páginas que visitei, onde é possível tomar conhecimento de uma visão diametralmente oposta à das comemorações oficiais, destaco em particular a página Centenário da República – vamos fazer história em www.centenariodarepublica.org criada por um grupo de monárquicos que pretendem aproveitar a ocasião das comemorações do Centenário do Regime Republicano para repor a verdade histórica sobre a forma como se implantou e como se afirmou a República.

Pode ler-se no referido site: “A herança política e espiritual que se pretende invocar nas comemorações oficiais, em pouco ou nada se assemelha ao espírito ou à prática do republicanismo português tal como ele nasceu, cresceu e ganhou forças para o assalto ao poder. O programa divulgado até agora prepara-se, sem nos surpreender, para deixar na penumbra os aspectos mais sombrios mas também mais característicos do movimento que trouxe a república a Portugal: a violência nas palavras e nos actos, as perseguições à imprensa, os assassinatos políticos, a obsessão anti-jesuítica, a desvalorização da mulher, vista como o principal suporte do “clericalismo”, a subserviência perante o estrangeiro, o golpismo, o facciosismo e a intriga permanente.”

Gostaria de recordar que quase cem anos volvidos após a implantação da República, existe uma disposição na actual Constituição da República Portuguesa, a alínea b) do artigo 288, segundo a qual é vedada a liberdade ao povo português, a meu ver de forma totalmente antidemocrática, de decidir o seu destino pacificamente, através de um referendo ou de uma transição constitucional.

Se, na próxima revisão Constitucional que terá lugar durante a nova legislatura que irá iniciar-se, os deputados à Assembleia da República continuarem a negar ao Povo Português o direito de optar sobre a forma de regime, o regime republicano contará sempre com uma nota de desprestígio e, ainda que não o deseje, confessará não sentir verdadeiro arraigo popular, de modo a poder enfrentar sem temor a alternativa monárquica.