24 de janeiro de 2016

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS: Perante a actual deriva político-ideológica imposta ao País, silêncio ensurdecedor dos candidatos a PR.

Fonte: Público


A poucos dias das presidenciais, o ambiente político do País está cada vez mais cercado de incógnitas.

A campanha para as próximas eleições – sobre as quais prefiro falar aqui após os resultados de Domingo – tem evidenciado o vazio do debate político-ideológico que impera na cena pública.

A própria morte de Almeida Santos, constituiu um ingrediente simbólico das incertezas que rondam o nosso futuro político. O Partido Socialista e António Costa manifestaram "profunda consternação e choque" com a morte de seu presidente honorário.

O clima político continua marcado pela manobra que levou o Partido derrotado nas eleições a assumir o governo do País, naquilo que alguns não hesitam em considerar um assalto ao poder e uma violação ao sentido democrático da expressão das urnas.

Mas o assalto ao poder prossegue agora com o assalto ao aparelho do Estado. Começam a verificar-se demissões em massa, num estilo de “saneamento” político de triste memória; o governo rompe contratos assinados, favorecendo a insegurança jurídica.

Na Educação, assiste-se a uma rápida e assanhada demolição com inequívoco cunho ideológico, da reforma levada a cabo pelo anterior governo da coligação PSD-CDS.

Após quatro anos de esforços dos portugueses, o governo socialista investe contra diversos dos fundamentos económicos que retiraram o País da bancarrota em que o tinham afundado os governos de José Sócrates.

Operações como as que dizem respeito ao Banif e ao Novo Banco continuam envoltas em brumas e justificam temores de uma deriva na condução da política económica. Num artigo de opinião do Financial Times, o director da PIMCO alerta: “A nova administração portuguesa não é o primeiro governo a recorrer a confiscos de activos e medidas populistas. A Venezuela e a Argentina também pertencem a este clube”.

A Bolsa teve perdas consideráveis e o risco do país aumentou pelo ambiente negativo nos mercados a nível internacional em relação ao governo socialista e pela desconfiança dos investidores.

Economistas do Commerzbank, numa nota aos investidores, consideram que as políticas seguidas pelo Governo de António Costa podem "levar a uma subida da dívida e à diminuição da competitividade do País". Consideram que dois dos maiores sucessos do anterior Governo, a estabilização das finanças públicas e a melhoria da competitividade, estão em risco.

Por fim o PCP e o Bloco de Esquerda começam a ameaçar fazer cair o governo, evidenciando assim que o executivo de António Costa, na sanha de tomar o poder, tornou-se refém da esquerda radical e, por outro lado, que era totalmente instável o acordo anunciado à esquerda.

Qual será a postura do próximo Presidente da República perante este quadro de incertezas e derivas político-ideológicas?