Fonte: htp://entretenimento.r7.com
O filme "O Discurso do Rei" que estreou em Portugal a 10 de Fevereiro, tem 12 nomeações nas principais categorias entre elas a de melhor realização, melhor filme, melhor actor principal e melhores actores secundários.
É apontado pela crítica especializada como um dos fortes candidatos a vencer a 83ª edição dos Óscares de Hollywood que terá lugar no próximo Domingo, dia 27.
A acção decorre durante os primeiros anos de reinado de Jorge VI.
Após a morte do Rei Jorge V, e na sequência da abdicação do trono, por razões da vida sentimental, do seu filho primogénito o Príncipe de Gales que reinou pouco tempo com o nome de Eduardo VIII, e também em virtude das leis da sucessão dinástica, o Príncipe Alberto, Duque de York, futuro Jorge VI, sucedeu a Eduardo VIII como monarca numa época particularmente difícil para o Reino Unido e para a Europa.
A Europa caminhava então a passos largos para a 2ª Guerra Mundial e o Reino Unido iria brevemente declarar guerra à Alemanha nazi.
Naquelas circunstâncias concretas, as palavras de Jorge VI ao povo inglês durante o discurso de declaração de guerra à Alemanha de Hitler teriam de ser inspiradoras, em razão do grave momento que então se vivia. Mas elas deveriam servir também de elemento aglutinador de um povo inteiro, na sua vontade de unir-se em torno do seu Rei com serenidade e com determinação. Deveriam servir ainda de alento para as batalhas que a partir daí iriam ser travadas pelo povo inglês em defesa de uma concepção de civilização.
Destaco o excepcional desempenho do actor Colin Firth no papel de Rei Jorge VI. Revelando um autêntico espírito de serviço pelos superiores interesses do Reino Unido e de maneira a poder dirigir-se ao povo inglês transmitindo-lhe confiança e ânimo numa hora particularmente grave, o monarca sentia, no entanto, que tinha de superar a sua profunda gaguez.
Iria consegui-lo através da enorme dedicação da sua mulher, a Rainha Isabel, mãe da actual Rainha Isabel II, cujo papel é desempenhado pela versátil actriz Helen Bonham Carter. Ela contratou o terapeuta da fala Lionel Logue magnificamente representado pelo actor Geoffrey Rush.
Foi Lionel Logue que, graças à dedicação, persistência e à sua determinação em aplicar métodos terapêuticos à época pouco convencionais, conseguiu ajudar Jorge VI a superar o problema de gaguez de que padecia desde a infância e a fazê-lo sentir-se confiante quando falava em público.
De realçar que "O Discurso do Rei" é um filme que, inicialmente, quase ninguém queria financiar, ao ponto de um realizador de Hollywood ter afirmado: “Já não fazemos dramas, isso não dá dinheiro”. No entanto, contra todas as expectativas, tem sido um enorme êxito de bilheteira em todos os locais onde tem sido estreado.
Penso que parte desse êxito de bilheteira se deve em grande medida ao excelente desempenho de Colin Firth e Geoffrey Rush nos papéis do Rei Jorge VI e do terapeuta da fala Lionel Logue, respectivamente.
Mas, esse êxito, parece-me dever-se sobretudo ao modo como o realizador Tom Hopper conseguiu fazer passar aquela que a meu ver é uma das ideias-chave deste filme.
Ou seja, realçar as virtudes morais e o verdadeiro espírito de entrega e de serviço ao bem comum, bem como a renúncia a interesses pessoais, que Jorge VI assumiu de forma integral e abnegada, mostrando uma total dedicação ao seu povo.
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