Fonte: resistir.info
Trata-se de mais um episódio da vasta crise que atinge o modelo socioeconómico europeu e que ameaça a sobrevivência do Euro como moeda única, em resultado dos elevados índices de endividamento de alguns países da zona Euro, com particular destaque para a Grécia, Espanha, Portugal e Irlanda.
Os debates sobre a crise do modelo económico e social europeu suscitam frequentemente acaloradas comparações com a sociedade americana e o seu modelo económico e social, não raras vezes demonizado entre o establishment e a imprensa europeia.
Estes debates vieram-me à memória ao ler recentemente a obra “How Radical Islam is Destroying the West from Within” (Como o Islão Radical está a Destruir o Ocidente Por Dentro) da autoria de Bruce Bawer. Nela, faz-se uma análise esclarecedora e inquietante sobre o avanço do radicalismo islâmico nos países da Europa ocidental, e também sobre a atitude de “traição das elites políticas e dos média europeus que preferem sacrificar princípios democráticos para pacificarem os islamitas radicais e preservarem uma ilusão de harmonia multicultural”.
O autor questiona por que motivo “tantos membros do establishment europeu são tão enérgicos numa interpretação errada e na ridicularização que fazem da América?” E dá-nos a seguinte resposta: “ Uma das razões é que eles são sociais-democratas – e reconhecem que o extraordinário sucesso da democracia liberal americana representa uma ameaça ao sistema que preferem. Afinal, se os americanos estão a ter um êxito muito maior que os europeus ocidentais, por que não mudar para uma economia do tipo da americana? Os políticos europeus estão bem cientes da afinidade cultural europeia com a América; o perigo, em sua opinião, é que a atracção por este modelo irá traduzir-se num apoio a um sistema de governo mais ao estilo Americano com menos impostos e menor presença do Estado na sociedade. Há muito tempo que os sociais-democratas europeus se aperceberam que a melhor forma de anteciparem esta possibilidade, consiste em disseminarem interpretações erradas sobre a América, denegrindo a sua imagem aos olhos do público europeu."
A meu ver, a actual crise na zona Euro deveria levar muitos membros das classes dirigentes europeias a questionar os fundamentos do modelo social-democrata do continente europeu. No entanto, obliterados pelo seu antiamericanismo são incapazes de fazê-lo, conduzindo desse modo a União Europeia e o Euro a um grave impasse.
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