10 de fevereiro de 2011

As revoltas na Tunísia e no Egipto e a crescente ameaça de islamização da Europa

   Fonte: www.areamilitar.net

  As recentes revoltas no Egipto, aparentemente espontâneas, ocorreram na sequência das revoltas ocorridas na Tunísia e que provocaram centenas de mortos e levaram o presidente Zine El Abidine Ben Ali a fugir do país.

  Estes acontecimentos voltam a levantar a questão do perigo de alastramento do radicalismo islâmico e da atitude do mundo ocidental face a esse perigo cada vez mais presente, sobretudo no continente europeu.

  As revoltas na Tunísia no Egipto estão já a alastrar a Marrocos, onde o movimento islamita “Justiça e Caridade”, proibido mas tolerado pelas autoridades, conta já com mais de 200.000 apoiantes, segundo asseguram os seus responsáveis.

  Para o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, a onda de levantamentos nos países árabes é um sinal de um «despertar islâmico» inspirado pela revolução islâmica iraniana de 1979.

  De acordo com a opinião fundamentada de especialistas no radicalismo islâmico, existe um objectivo comum entre a Esquerda e o Islão. Esse objectivo consiste na destruição das sociedades com raízes judaico-cristãs.


  É esta a opinião de Alexandre del Valle, fundador da Direita Livre, corrente política da UMP e muito próximo do presidente Nicolas Sarkozy.

  Alexandre del Valle, politólogo e jornalista franco-italiano, especializado no radicalismo islâmico, no terrorismo e nas relações Ocidente-Rússia, trabalha em Bruxelas no Parlamento Europeu como consultor político do grupo de deputados do PPE (Partido Popular Europeu).

  Na sua obra A Islamização da Europa, lançada em 2010 pela editora Civilização, del Valle relata de forma clara e directa a situação actual do radicalismo islâmico.

  Para este autor, o processo de islamização do continente Europeu é um perigo evidente para a Europa e uma ameaça para toda a civilização ocidental.

Afirma ele: “Há dez anos, o perigo de a Europa se tornar, dentro de uma ou duas gerações, maioritariamente islâmica era uma fantasia. Hoje em dia, é uma perspectiva bastante realista (embora não certa), porque a Europa renunciou aos seus valores judaico-cristãos e está dominada, por uma cultura de culpa e de morte, por um «suicídio civilizacional colectivo.” E refere mais adiante: "A nova realidade da islamização demográfica, cultural e psicológica está a constituir-se em toda a Europa, com «provas de força», provocações ou escândalos provocados pelas organizações islâmicas subversivas, sob pretextos como o véu islâmico, a Burqa, as caricaturas de Maomé ou os minaretes na Suíça. Através destes escândalos mediáticos - aliás muito bem preparados -, as organizações islâmicas pretendem instaurar um clima de terrorismo psicológico e exercer pressão sobre os governos europeus e sobre uma opinião pública culpabilizada.”

  Del Valle refere o sentimento de culpabilização unilateral da Europa, um continente hedonista e relativista que já não quer ter inimigos e que perdeu a vontade de lutar. Fala-nos ainda da sensação de fragilidade psicológica do continente europeu perante o radicalismo islâmico, aliado ao facto de a actual Europa, sobretudo a Europa do sul, estar grandemente dependente do ponto de vista energético de alguns dos países onde se vão afirmando correntes políticas do Islão radical que ameaçam controlar o poder para impor a sua agenda.

  Durante as suas viagens, em contactos com as populações do mundo árabe muçulmano, del Valle teve a percepção clara de uma ideia que hoje em dia está totalmente banalizada. É a ideia de conquista da Europa que vai tendo cada vez mais adeptos no mundo árabe.

  A meu ver, essa ideia de conquista vai-se afirmando gradualmente entre as populações árabes muçulmanas ao constatarem a debilidade psicológica e a ausência de valores religiosos e morais que vão grassando nas sociedades europeias.

  Ou seja, a agressividade islâmica resulta em grande medida da debilidade das sociedades ocidentais, nas quais o afastamento progressivo da prática dos valores cristãos e a sua substituição por pseudo-valores materiais, é infelizmente uma realidade cada vez mais notória.

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