Para muitos dos nossos concidadãos, essa será certamente a única forma de clarificar o pântano político em que Portugal se encontra, consequência directa de uma governação irresponsável que está a levar o nosso país ao caos e ao empobrecimento.
Bem elucidativo do actual estado de coisas é o artigo “Do PEC ao PREC”, na edição electrónica de ontem do Diário Económico da autoria do Professor Carlos Marques de Almeida, Senior Associate do St. Antony’s College em Oxford. Nele, faz-se uma análise da actual governação, onde se descreve com total objectividade o sentimento de um povo inteiro. Afirma o autor: “Portugal vive esmagado pelo Governo de Sócrates. Com planos de emergência a um ritmo avassalador, o Governo não tem programa, rumo ou orientação, tudo se resume pois à gestão quotidiana de uma catástrofe financeira que pode desabar a qualquer momento” E continua mais adiante: “Para agravar a situação, Sócrates entende os portugueses como moeda de troca nas negociações em Bruxelas, entregando o País a um futuro precário e inferior. O Governo já não tem políticas para além da sobrevivência. Sócrates é fraco na Europa para ser forte em Portugal, só que o jogo é um esquema em pirâmide à beira de uma explosão”.
Marques de Almeida acusa ainda Sócrates de ter conduzido “a democracia portuguesa para o absurdo de uma ditadura da minoria. Na humilhação do Presidente, na chantagem à oposição, no desprezo pelos portugueses, Sócrates revela uma personalidade política inflamada e a tocar a arrogância natural de um déspota iluminado.”
Em linha com o conteúdo do artigo citado, é fácil inferir que as manifestações do passado dia 12 que juntaram mais de 300.000 pessoas em várias cidades do país, constituíram um sinal claríssimo dado pela sociedade civil ao poder político, e à governação socialista em particular, perante o desprezo de que são alvo, por parte de Sócrates e do seu governo, jovens, pais de família, professores, médicos, enfermeiros, e tantos outros profissionais, bem como muitos reformados.
Essas manifestações foram sobretudo um grito de alerta da sociedade civil perante a falta de credibilidade da classe política em geral e de muitas das instituições da República, da corrupção galopante que vai alastrando a todo o aparelho do Estado, ou perante a total ineficácia do sistema de Justiça. Enfim, um sentimento de desilusão que prenuncia um fim de regime como bem observava Rui Rio há algumas semanas.
Perante a inevitabilidade das eleições antecipadas, vão surgindo declarações de certos formadores de opinião que, a meu ver, tentam desde já condicionar de alguma forma a escolha livre dos portugueses para uma alternativa clara ao actual marasmo socialista.
Nesse sentido, ouvimos o Professor Marcelo Rebelo de Sousa comentar nos últimos dias que, qualquer que seja o resultado de eventuais eleições antecipadas, terá de encontrar-se um consenso político alargado para a formação de um novo Executivo que inclua o PS e o PSD, dada a gravíssima situação económica que o país atravessa.
Por outras palavras, o que o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa está a sugerir é a criação de um Bloco Central como solução para a pacificação do cenário político nacional e a criação de um clima de estabilidade governativa.
Em minha opinião, uma solução dessas está, à partida, votada ao fracasso, dada a enorme desconfiança que iria produzir na opinião pública. O país ficaria assim entregue a uma governação de um Bloco Central, ou seja, um remendo ao actual projecto socialista que está a arrastar o país para a miséria. O mesmo equivaleria a dizer que o destino do país continuaria adiado por muitos anos.
Em vez desta tão estranha e tão desacreditada solução do Bloco Central sugerida por Marcelo Rebelo de Sousa e outros formadores de opinião, é necessária uma clara alternativa de centro-direita. E essa alternativa existe efectivamente.
Isto é, uma alternativa anti-socialista que se proponha diminuir o peso do Estado na sociedade, diminuir os impostos, favorecer a livre iniciativa e a propriedade privada, beneficiar o ensino privado e inteiramente livre e fortalecer os valores da Família enquanto célula base da sociedade.
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