24 de fevereiro de 2011

“O Discurso do Rei”

Fonte: htp://entretenimento.r7.com  
  O filme "O Discurso do Rei" que estreou em Portugal a 10 de Fevereiro, tem 12 nomeações nas principais categorias entre elas a de melhor realização, melhor filme, melhor actor principal e melhores actores secundários.

  É apontado pela crítica especializada como um dos fortes candidatos a vencer a 83ª edição dos Óscares de Hollywood que terá lugar no próximo Domingo, dia 27.

  A acção decorre durante os primeiros anos de reinado de Jorge VI.

  Após a morte do Rei Jorge V, e na sequência da abdicação do trono, por razões da vida sentimental, do seu filho primogénito o Príncipe de Gales que reinou pouco tempo com o nome de Eduardo VIII, e também em virtude das leis da sucessão dinástica, o Príncipe Alberto, Duque de York, futuro Jorge VI, sucedeu a Eduardo VIII como monarca numa época particularmente difícil para o Reino Unido e para a Europa.

  A Europa caminhava então a passos largos para a 2ª Guerra Mundial e o Reino Unido iria brevemente declarar guerra à Alemanha nazi.

  Naquelas circunstâncias concretas, as palavras de Jorge VI ao povo inglês durante o discurso de declaração de guerra à Alemanha de Hitler teriam de ser inspiradoras, em razão do grave momento que então se vivia. Mas elas deveriam servir também de elemento aglutinador de um povo inteiro, na sua vontade de unir-se em torno do seu Rei com serenidade e com determinação. Deveriam servir ainda de alento para as batalhas que a partir daí iriam ser travadas pelo povo inglês em defesa de uma concepção de civilização.

  Destaco o excepcional desempenho do actor Colin Firth no papel de Rei Jorge VI. Revelando um autêntico espírito de serviço pelos superiores interesses do Reino Unido e de maneira a poder dirigir-se ao povo inglês transmitindo-lhe confiança e ânimo numa hora particularmente grave, o monarca sentia, no entanto, que tinha de superar a sua profunda gaguez.

  Iria consegui-lo através da enorme dedicação da sua mulher, a Rainha Isabel, mãe da actual Rainha Isabel II, cujo papel é desempenhado pela versátil actriz Helen Bonham Carter. Ela contratou o terapeuta da fala Lionel Logue magnificamente representado pelo actor Geoffrey Rush.

  Foi Lionel Logue que, graças à dedicação, persistência e à sua determinação em aplicar métodos terapêuticos à época pouco convencionais, conseguiu ajudar Jorge VI a superar o problema de gaguez de que padecia desde a infância e a fazê-lo sentir-se confiante quando falava em público.

  De realçar que "O Discurso do Rei" é um filme que, inicialmente, quase ninguém queria financiar, ao ponto de um realizador de Hollywood ter afirmado: “Já não fazemos dramas, isso não dá dinheiro”. No entanto, contra todas as expectativas, tem sido um enorme êxito de bilheteira em todos os locais onde tem sido estreado.

  Penso que parte desse êxito de bilheteira se deve em grande medida ao excelente desempenho de Colin Firth e Geoffrey Rush nos papéis do Rei Jorge VI e do terapeuta da fala Lionel Logue, respectivamente.

  Mas, esse êxito, parece-me dever-se sobretudo ao modo como o realizador Tom Hopper conseguiu fazer passar aquela que a meu ver é uma das ideias-chave deste filme.

  Ou seja, realçar as virtudes morais e o verdadeiro espírito de entrega e de serviço ao bem comum, bem como a renúncia a interesses pessoais, que Jorge VI assumiu de forma integral e abnegada, mostrando uma total dedicação ao seu povo.

10 de fevereiro de 2011

As revoltas na Tunísia e no Egipto e a crescente ameaça de islamização da Europa

   Fonte: www.areamilitar.net

  As recentes revoltas no Egipto, aparentemente espontâneas, ocorreram na sequência das revoltas ocorridas na Tunísia e que provocaram centenas de mortos e levaram o presidente Zine El Abidine Ben Ali a fugir do país.

  Estes acontecimentos voltam a levantar a questão do perigo de alastramento do radicalismo islâmico e da atitude do mundo ocidental face a esse perigo cada vez mais presente, sobretudo no continente europeu.

  As revoltas na Tunísia no Egipto estão já a alastrar a Marrocos, onde o movimento islamita “Justiça e Caridade”, proibido mas tolerado pelas autoridades, conta já com mais de 200.000 apoiantes, segundo asseguram os seus responsáveis.

  Para o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, a onda de levantamentos nos países árabes é um sinal de um «despertar islâmico» inspirado pela revolução islâmica iraniana de 1979.

  De acordo com a opinião fundamentada de especialistas no radicalismo islâmico, existe um objectivo comum entre a Esquerda e o Islão. Esse objectivo consiste na destruição das sociedades com raízes judaico-cristãs.


  É esta a opinião de Alexandre del Valle, fundador da Direita Livre, corrente política da UMP e muito próximo do presidente Nicolas Sarkozy.

  Alexandre del Valle, politólogo e jornalista franco-italiano, especializado no radicalismo islâmico, no terrorismo e nas relações Ocidente-Rússia, trabalha em Bruxelas no Parlamento Europeu como consultor político do grupo de deputados do PPE (Partido Popular Europeu).

  Na sua obra A Islamização da Europa, lançada em 2010 pela editora Civilização, del Valle relata de forma clara e directa a situação actual do radicalismo islâmico.

  Para este autor, o processo de islamização do continente Europeu é um perigo evidente para a Europa e uma ameaça para toda a civilização ocidental.

Afirma ele: “Há dez anos, o perigo de a Europa se tornar, dentro de uma ou duas gerações, maioritariamente islâmica era uma fantasia. Hoje em dia, é uma perspectiva bastante realista (embora não certa), porque a Europa renunciou aos seus valores judaico-cristãos e está dominada, por uma cultura de culpa e de morte, por um «suicídio civilizacional colectivo.” E refere mais adiante: "A nova realidade da islamização demográfica, cultural e psicológica está a constituir-se em toda a Europa, com «provas de força», provocações ou escândalos provocados pelas organizações islâmicas subversivas, sob pretextos como o véu islâmico, a Burqa, as caricaturas de Maomé ou os minaretes na Suíça. Através destes escândalos mediáticos - aliás muito bem preparados -, as organizações islâmicas pretendem instaurar um clima de terrorismo psicológico e exercer pressão sobre os governos europeus e sobre uma opinião pública culpabilizada.”

  Del Valle refere o sentimento de culpabilização unilateral da Europa, um continente hedonista e relativista que já não quer ter inimigos e que perdeu a vontade de lutar. Fala-nos ainda da sensação de fragilidade psicológica do continente europeu perante o radicalismo islâmico, aliado ao facto de a actual Europa, sobretudo a Europa do sul, estar grandemente dependente do ponto de vista energético de alguns dos países onde se vão afirmando correntes políticas do Islão radical que ameaçam controlar o poder para impor a sua agenda.

  Durante as suas viagens, em contactos com as populações do mundo árabe muçulmano, del Valle teve a percepção clara de uma ideia que hoje em dia está totalmente banalizada. É a ideia de conquista da Europa que vai tendo cada vez mais adeptos no mundo árabe.

  A meu ver, essa ideia de conquista vai-se afirmando gradualmente entre as populações árabes muçulmanas ao constatarem a debilidade psicológica e a ausência de valores religiosos e morais que vão grassando nas sociedades europeias.

  Ou seja, a agressividade islâmica resulta em grande medida da debilidade das sociedades ocidentais, nas quais o afastamento progressivo da prática dos valores cristãos e a sua substituição por pseudo-valores materiais, é infelizmente uma realidade cada vez mais notória.

3 de fevereiro de 2011

O estrangulamento financeiro do ensino particular e cooperativo e o condicionamento da liberdade de educação

Fonte: Movimento SOS Educação



O estrangulamento financeiro do ensino particular e cooperativo – um instrumento com fins ideológicos ao serviço da ideologia socialista de Estado que visa condicionar a liberdade de educação garantida pela Constituição e impor paulatinamente um tipo de ensino de orientação exclusivamente estatal. 

A recente aprovação do Decreto-Lei do Governo, n.º 138-C/2010, que regula o apoio do Estado aos estabelecimentos de ensino particular e cooperativo está a causar um mal-estar generalizado entre os responsáveis desses estabelecimentos e os encarregados de educação. A consequência imediata desta medida será o encerramento de muitos desses estabelecimentos de ensino, em resultado das drásticas limitações de financiamento impostas anticonstitucionalmente pelo governo socialista.

  O governo de José Sócrates tem tentado iludir milhares de portugueses, escondendo-lhes propositadamente o objectivo último que pretende atingir através da aprovação e implementação deste Decreto-Lei, a qual, em minha opinião, tem motivos ideológicos.

  Considero que a comunicação social não tem sabido abordar de forma totalmente clara os motivos em torno da aprovação deste Decreto-Lei. Tem deixado pairar na mente de muitos portugueses uma ideia vaga sobre os conceitos de “escola pública” e “serviço público de educação”. Quanto ao serviço público de educação é necessário referir que pode ser prestado tanto por escolas estatais, como por instituições do ensino privado e cooperativo.

  Importa referir primeiro alguns aspectos essenciais da Lei de Bases do Sistema Educativo que não privilegia a escola pública contra a escola privada, para se perceber como o Governo está a violar grosseiramente a Constituição da República.

  A Lei de Bases do Sistema Educativo, com 25 anos de vigência, tem sofrido poucas alterações, gozando de um amplo consenso entre os agentes educativos e a sociedade em geral.

  A referida Lei de Bases não atribui à escola estatal um monopólio de um serviço público escolar. Se o fizesse estaria a violar a Constituição da República, na qual se pode ler no ponto 4 do artigo 43º - Liberdade de Aprender e de Ensinar: “É garantido o direito de criação de escolas particulares e cooperativas.”

  É esta Lei de Bases do Sistema Educativo que “estabelece o quadro geral do sistema educativo” tal como se pode ler no nº 1 do seu art. 1º. As disposições desta Lei de Bases não podem ser alteradas por simples Decreto-Lei do Governo, ainda mais quando o mesmo viola artigos da Constituição, como é o caso do presente Decreto-Lei.

  Ainda de acordo com esta Lei de Bases, é responsabilidade do Estado concretizar o direito pessoal ao ensino consagrado na Constituição. Todavia, a forma como o ensino tem de ser organizado e ministrado não pode ser objecto de interferência do Estado, uma vez que tem de ser pluralista a organismos escolares públicos e privados.

  A Lei de Bases do Sistema Educativo refere ainda numa das duas disposições: “o respeito pelo princípio da liberdade de aprender e de ensinar com tolerância para com as escolhas possíveis, tendo em conta, designadamente, [que] o Estado não pode atribuir-se o direito de programar a educação e a cultura segundo quaisquer directrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas”

    Recorrendo ao argumento nada convincente da racionalização de custos e do alargamento do Parque Escolar, o Governo discrimina claramente as escolas privadas e favorece as escolas estatais. Ou seja, assiste-se a uma monopolização por parte do Estado no que se refere ao financiamento às escolas, passando esse financiamento a ser encaminhado maioritariamente para as escolas estatais e sendo drasticamente reduzido para as escolas do ensino privado e cooperativo.

  É bom recordar aqui que muitas das escolas do ensino privado com contrato de associação com o Estado, sobretudo no interior do País, são escolas de inspiração cristã. Ao condicionar o financiamento a muitas destas escolas, o Estado acaba por estrangulá-las financeiramente.

  Em minha opinião, esse estrangulamento financeiro constitui uma forma hábil de perseguição à liberdade de escolha dos pais para educarem os seus filhos no tipo de instituição escolar que melhor se adeqúe às orientações de ensino e de formação que querem proporcionar aos seus filhos.

  Estaremos a caminhar para um tipo de sociedade cada vez mais controlada por um regime socialista que teima em querer dirigir não só as vidas mas também as mentes dos indivíduos e restringir-lhes gradualmente a sua liberdade de escolha?

  A terminar, leio uma passagem de um texto de Helena Matos publicado no dia 27 de Janeiro no jornal Público, a propósito deste Decreto-Lei, bem elucidativa do contexto ideológico em que o mesmo foi aprovado.

  Afirmava ela: “ Há precisamente cem anos, a 1ª República destruiu por razões ideológicas as melhores escolas de Portugal (…) Eram escolas religiosas aquelas que foram encerradas (…) O resultado foi o que se soube: o sonho republicano de um ensino para todos desabou por terra e nem de outro modo poderia ser pois a ideologia pode até encher escolas mas não chega para construir sistemas de ensino” E continuava: “ Cem anos depois, num país que se debate com os fracos resultados escolares dos jovens, um governo prepara-se para destruir escolas que apresentam bons resultados. Agora não se persegue o jesuíta mas sim o particular e cooperativo que muitas vezes também é religioso.”