O massacre de Tucson, no Arizona, perpetrado pelo jovem de 22 anos, Jared Lee Loughner, vitimou mortalmente 6 pessoas e deixou ferida com gravidade a congressista Democrata Gabrielle Giffords.
Quase de imediato, os factos ocorridos começaram a ser aproveitados com fins políticos por certos sectores da esquerda americana e de alguma esquerda europeia.
Uma tese infundada e gratuita sobre os mesmos foi rapidamente disseminada através de meios de comunicação social de relevo e com influência na opinião pública como são o New York Times e o El País.
Procurava-se com esta estratégia lançar uma cortina de fumo sobre o que realmente se passou e as motivações para o massacre.
Com efeito, logo após o massacre, o New York Times, no artigo “Climate of hate” (Clima de ódio), assinado por Paul Krugman, e o El País, no seu editorial de dia 10 de Janeiro, tentaram fazer passar de forma subtil e convincente a versão nada fundamentada de que este massacre poderia ter motivações políticas.
Paul Krugman afirmava no seu artigo de opinião: “É verdade que o atirador no Arizona parecia estar mentalmente perturbado. Mas isso não significa que este acto possa ou deva ser tratado como um acontecimento isolado, não tendo nada a ver com o ambiente que se vive a nível nacional.”.
Ou seja, Paul Krugman sugere de forma subtil a ideia de que um certo clima de ódio existente nos Estados Unidos poderia motivar atitudes deste tipo, fazendo uma analogia com o ambiente que se viveu após a eleição de Bill Clinton em 1992 e que culminou com o massacre à bomba de Okhlaoma.
Também no editorial do El Pais, fez-se passar a mensagem de que a brutalidade de um tal massacre seria resultante do clima de crispação nos Estados Unidos que teria sido criado pelo Tea Party, sobretudo na corrida eleitoral que levou à derrota dos Democratas nas recentes eleições legislativas intercalares de Novembro de 2010.
O clima de insinuações que rapidamente se espalhou pela imprensa deixava no ar a ideia de que a Governadora do Alasca, Sarah Palin e o Movimento Tea Party estariam de algum modo vinculados aos factos ocorridos.
Esta versão dos acontecimentos também teve eco nalguns jornais portugueses, como o Público, que reproduziu a mesma ideia veiculada pelo El Pais.
Mas, a refutação destas acusações infundadas não se fez esperar. Num artigo de opinião intitulado: "Massacre, followed by libel" (Massacre, seguido de um libelo) assinado por Charles Krauthammer e publicado no Washington Post, desmonta-se a ideia segundo a qual o jovem Jared Lee Loughner teria agido por motivações políticas e por ódio. Baseando-se em afirmações de colegas do jovem divulgadas pelo Wall Street Journal, Krauthammer mostrou não terem existido quaisquer motivações políticas, mas apenas um comportamento paranóico.
A quem interessará então a estratégia de interpretação e divulgação dos factos tão distante da realidade dos mesmos?
Em minha opinião, esta estratégia serve apenas os intuitos daqueles que, de forma pouco escrupulosa parecem dispostos a lançar mão da manipulação e da calúnia para tentarem salvar do naufrágio político em que vai soçobrando a figura política de Obama e da sua corrente de radicais Democratas.
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