16 de dezembro de 2010

Wikileaks: A liberdade de expressão, as fugas de informação e a segurança dos Estados



Novas formas de terrorismo contra
os Estados Unidos e a sociedade Ocidental?

  A recente divulgação, através do portal Wikileaks, de documentos que deveriam ser confidenciais por conterem dados sensíveis relativos à segurança nacional dos Estados Unidos, bem como de alguns Estados europeus, entre os quais Inglaterra, coloca-nos a seguinte questão: Será que, a pretexto da liberdade de expressão e de informação, é legítimo a um grupo de indivíduos utilizar uma plataforma como a Internet para divulgar documentos que podem vir a pôr em causa a segurança de muitos milhares de pessoas em todo o mundo e a segurança de Estados soberanos?

  De acordo com a opinião de alguns defensores da liberdade de expressão, sem qualquer tipo de restrições, mesmo quando estejam em causa questões de segurança e de defesa nacional, acções desenvolvidas por um portal como o Wikileaks não devem ser postas em causa pelos Governos dos Estados visados nos documentos revelados, dado que, tal como advogam eles, são os cibernautas quem manda na Internet.

  Segundo o fundador do Wikileaks, Julian Assange, australiano de 39 anos de idade, o objectivo do portal Wikileaks desde a sua fundação em 2006 é o de divulgar para o grande público documentos que, por questões de segurança, são normalmente tratados como confidenciais.

  Está bem explícito no portal Wikileaks que, através da utilização desta plataforma, se pretende condicionar, e se possível, paralisar a circulação de informação diplomática dos Estados Unidos e ainda, segundo os seus criadores, afectar a capacidade dos Estados Unidos em exercerem o seu poder a nível doméstico e no cenário internacional.

  Alguém menos avisado poderia argumentar de imediato que não vem qualquer mal ao mundo pelo facto de serem divulgados documentos secretos relativos a pontos estratégicos e vitais para a segurança e para a economia dos Estados Unidos e de alguns países europeus como é o caso da Inglaterra e da Alemanha.

  Ora, essa é normalmente a atitude dos ingénuos e despreocupados que acreditam que o tipo de acção como a que é levada a cabo pelo portal Wikileaks é sempre feita com a melhor das intenções, não se apercebendo eles no entanto, que isso pode pôr em risco de ameaça terrorista importantes infra-estruturas instaladas em zonas nevrálgicas para a segurança nacional de um país.

  Dos muitos milhares de documentos que o portal Wikileaks tem divulgado nos últimos meses, é de destacar o recente conjunto de telegramas enviados de representações diplomáticas americanas em vários países para a Administração norte-americana relativos às mais diversas matérias, com particular destaque para questões sensíveis como a segurança.

  Nesses telegramas diplomáticos há referências a listas de locais que podem ser considerados como potenciais alvos de terrorismo. Destacam-se entre eles, a sede da BASF, na Alemanha, de extrema importância para a segurança dos EUA, pelo facto de ser o maior complexo químico do mundo. Tal como refere também o sítio da Internet da Deutsche Welle: “a lista também menciona a região norte da Frísia Oriental e a ilha de Sylt, no Mar do Norte, como pontos de chegada dos cabos submarinos transatlânticos TAT-14 e AC-1, que garantem a transmissão de dados entre Europa e EUA”

  Estaremos a assistir à evolução de novos conceitos de terrorismo, ou seja, ao condicionamento político, económico e de segurança por parte de um organismo contra um Estado soberano como os Estados Unidos?

  Será este o prenúncio de novas formas de terrorismo a que iremos assistir durante todo o século XXI?

  Pense nisto.

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