18 de junho de 2015

ESPANHA - AGENDA RADICAL ESCONDIDA DO 

"PODEMOS" NA GALIZA?   



Oferenda das sete cidades do Antigo Reino da Galiza ao Santíssimo Sacramento
Fonte: www.turgalicia.es
   
   Muito perto de nós, na vizinha Galiza, existe uma tradição multissecular celebrada anualmente na cidade de Lugo. É a Oferenda ao Santíssimo Sacramento das sete cidades que constituíam o Antigo Reino da Galiza: Lugo, A Coruña, Santiago de Compostela, Ourense, Mondoñedo, Betanzos e Tui. Trata-se do único acto público relativo ao Antigo Reino da Galiza que perdura há séculos na tradição cultural e religiosa do povo galego.

   No entanto, a legitimidade desta tradição foi recentemente posta em causa pelos Presidentes de Câmara de Santiago de Compostela, La Coruña e Ferrol, eleitos pelas listas do PODEMOS ou de plataformas políticas da área ideológica do PODEMOS.

   Usando o argumento da ‘laicidade’ do Estado os referidos Presidentes de Câmara recusaram-se a participar no acto público da Oferenda das Setes Cidades ao Santíssimo Sacramento.
 
   Tal atitude provocou de imediato um aceso debate na sociedade galega e originou a publicação de uma carta dos Bispos da Província Eclesiástica de Santiago em resposta ao desprezo público dos referidos Presidentes de Câmara pela tradição da Oferenda das Sete Cidades.

   Nessa carta, os bispos galegos referem: “A ‘laicidade’ do Estado respeita e promove a variedade de convicções existentes na sociedade. Esta, por definição, nunca será ‘laica’, visto que as pessoas não podem ser neutras e privadas de uma forma de visão do mundo, de terem um credo, convicções ideológicas ou religiosas.

   Por outras palavras, as instituições do Estado que não professem uma fé específica, têm de reconhecer, por sua vez, que estão ao serviço de uma sociedade que professa sempre uma fé.” E pode ler-se mais à frente: “A ‘laicidade’ do Estado seria destruída, no entanto, se se tentasse fazer das instituições políticas instrumento para a imposição da própria ideologia ou religião à sociedade e ao povo que se deve servir.”

   Equivale isto a dizer, que um representante político eleito quando participa de um evento público não o faz para expressar as suas convicções ideológicas pessoais, mas sim no exercício da sua função pública específica. Afirmam ainda os prelados galegos que “não compete ao Estado excluir os cristãos e as suas celebrações do âmbito público e reduzi-las à esfera privada”. Compete-lhe, isso sim, apoiá-las, sobretudo quando se referem a actos “com raízes muito profundas na sua história.”

   Porquê então o desprezo tão ostensivo dos Presidentes de Câmara de Santiago de Compostela, La Coruña e Ferrol por esta tradição multissecular tão arreigada no povo galego?
 
   Terão os representantes eleitos pelo PODEMOS, na Galiza e em outras regiões de Espanha, uma agenda radical escondida, com o objectivo de ir fazendo definhar na sociedade espanhola o sentimento de adesão às profundas tradições religiosas católicas, para, em seu lugar, ir impondo novos cerimoniais imbuídos do espírito de um laicismo militante, e dessa forma impor uma religião e uma ideologia de Estado?

   Pense nisto, caro ouvinte.


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