11 de novembro de 2010

A crise das finanças públicas, a demonização dos mercados e a ambição expansionista do neocolonialismo chinês

Fonte: Site RR/Informação

É indiscutível que a situação das finanças públicas portuguesas é preocupante, para não dizer perigosa! O mesmo se deve dizer da situação económica do país.

Numa demonstração de irresponsabilidade, o Governo do Eng.º Sócrates tem ocultado ao povo português repetida e deliberadamente a verdadeira dimensão do problema.

Com o seu estilo sempre enigmático e de maneira incompreensível, também o Presidente da República tem acabado por dar o seu aval às medidas propostas pelo Governo, que acabam sempre por se tornar ineficazes, como se verificou com os diversos PECs.

Ao fim de muitos e muitos meses de incertezas, o país assistiu a um debate do Orçamento de Estado, apresentado como um programa de austeridade que, pela sua alegada consistência e seriedade, teria obtido o aval até de instâncias internacionais.

Uma vez mais a realidade encarregou-se de desmentir as versões apresentadas. Apesar do acordo estabelecido entre o PS e o PSD para a viabilização do Orçamento do Estado, os juros da dívida soberana continuaram a subir e ultrapassaram já o valor recorde de 7%, o que de si é revelador da falta de credibilidade com que tal plano de austeridade é visto.

É curioso observar que neste ambiente de crise certos meios tentam criar um clima de demonização dos "mercados", como se fossem eles e não o Governo os responsáveis pelos desmandos do endividamento nacional.

Neste ambiente de histeria acena-se igualmente com o perigo de o FMI acabar por intervir e mandar no país. Este alarmismo parece-me desproporcionado, sobretudo quando o comparo com a naturalidade com que certo establishment político e empresarial encarou a recente visita do Presidente da China a Portugal.

Foi com naturalidade que esse establishment acolheu a intenção do regime ditatorial chinês, comandado pelo Partido Comunista, de adquirir parte da divida soberana portuguesa e de empresas chinesas - sempre com capital do Estado - entrarem no capital accionista de empresas portuguesas estratégicas.

É visível nesta atitude do regime chinês a ambição expansionista do neocolonialismo que a China tem vindo a consolidar em diversas regiões do globo.

Misteriosamente, este neocolonialismo parece não incomodar minimamente aqueles que se arrepiam com os mercados e o FMI.

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