19 de outubro de 2017

ANTÓNIO COSTA, CALCULISTA SEM ESCRÚPULOS

Fonte: Dinheiro Vivo 
 
  Os trágicos incêndios, de proporções dantescas, ocorridos no passado fim de semana, certamente não deixaram ninguém indiferente às mais de quatro dezenas de vítimas mortais e aos cerca de 80 feridos, muitos deles em estado grave.

  Entre os incêndios de Pedrógão Grande de 17 de Junho e os do passado fim de semana, perderam a vida mais de uma centena de pessoas indefesas face à total ausência das estruturas do Estado que, na hora das tragédias, não estavam presentes para garantir a segurança e a vida dessas pessoas.

  A reacção de António Costa ao recusar assumir responsabilidades e pedir desculpa pelas vítimas mortais provocou uma enorme onda de indignação entre os portugueses. A arrogância do secretário-geral do PS e actual primeiro-ministro que pensa estar acima de qualquer escrutínio e não ter de prestar contas a ninguém, atingiu os limites do admissível.

  António Costa, mais preocupado com os calculismos políticos e com as maquinações que terá de fazer para ir-se perpetuando no poder e incapaz de assumir as suas responsabilidades como Chefe do Governo perante esta tragédia, tal como lhe competia, desrespeitou deliberadamente não só as famílias das vítimas mas todos os portugueses.

  Face à total desresponsabilização de António Costa, foi o Chefe de Estado que garantiu no seu discurso de terça-feira passada a autoridade e a respeitabilidade do Estado.

  No artigo de opinião no jornal Sol - "António Costa está ferido de morte (e Marcelo sabe-o)", João Lemos Esteves comentou o alcance político do discurso do Presidente da República.

  Afirmava ele: “Se não fosse o Presidente da República, assistiríamos a uma quebra, muito provavelmente, irrecuperável da confiança entre o Estado português e os cidadãos. Todos, quer sejam militantes do PS, do PSD, do CDS, do PCP, do Bloco de Esquerda ou de qualquer outro partido – a incompetência e a falta de sentido de Estado de António Costa chocaram qualquer cidadão que não seja sectário ou dependente funcionalmente do líder do Primeiro-Ministro.

 Para nós, o que sucedeu não foi surpresa alguma: António Costa já cometeu actos muito graves, de incompetência atroz, desde que assumiu funções como Primeiro-Ministro.

  No entanto, a protecção de que tem gozado – fruto de ter a extrema-esquerda na sua mão, bem como dos seus vastos conhecimentos na comunicação social – levou António Costa a julgar que estaria sempre acima de qualquer fatalidade.
(…)
  
  Como poderemos ficar surpreendidos com a arrogância de António Costa hoje – quando foi este mesmo António Costa que, após as mortes de Pedrógão Grande, foi de férias para Palma de Maiorca?

  Como poderemos ficar chocados com a frieza, a insensibilidade humana de António Costa – quando foi este mesmo António Costa que, após as mortes de Pedrógão Grande, a sua primeira iniciativa foi realizar um “focus group” para testar a sua popularidade e do seu Governo?

  Espera-se que a complacência com este Governo acabe de vez: quando a comunidade se demite de escrutinar o executivo, como tem sucedido relativamente à geringonça, a sobranceria e a arrogância do Primeiro-Ministro começam a ultrapassar os limites humanamente admissíveis.”

   Muito provavelmente, António Costa irá continuar durante os próximos meses a eximir-se às suas responsabilidades, “prosseguindo o seu estado de negação da evidência” relativamente às tragédias dos incêndios e isentando o seu governo de qualquer responsabilidade política. Essa atitude irá conduzir, inevitavelmente, ao desgaste e à descredibilização do seu Executivo aos olhos dos portugueses, ficando nas mãos do Chefe do Estado a decisão da demissão do governo da geringonça, situação que terá sido ponderada por Marcelo Rebelo de Sousa.






5 de outubro de 2017

CATALUNHA: O REFERENDO ILEGAL, O ATAQUE AO PODER CENTRAL DE MADRID E À COROA E A AGENDA PRÓ-INDEPENDENTISTA DOS MEDIA


  

  Os graves acontecimentos ocorridos na Catalunha nos últimos dias, decorrentes da realização de um referendo ilegal sobre a independência daquela região autónoma de Espanha, ao total arrepio das disposições da Constituição espanhola de 1978 e do Estatut que rege a Catalunha, tiveram como primeiro resultado uma enorme exposição mediática.

  Com uma imprensa nem sempre isenta, as imagens e as notícias que nos têm chegado – em particular dos vários canais de televisão – dão a ideia, aos mais desatentos e ingénuos, de uma repressão inclemente do poder central de Madrid que, por um capricho arbitrário, não quer deixar a maioria do povo catalão expressar sua vontade independentista nos votos.
  
  Ora, nada mais distante da realidade dos factos.
  
  O sentimento nacionalista, uma deturpação do autêntico desejo de regionalismo, passou a ser manipulado por correntes ideológicas diversas. Puigdemont, de uma coligação de democratas-cristãos e liberais, a CIU, é hoje refém das alianças políticas com a esquerda radical que sustenta o separatismo.
  
  Entretanto, as mais recentes eleições na Catalunha demonstraram que o independentismo estava a cair na preferência dos eleitores. Qualquer consulta popular autêntica demonstraria que mesmo entre os catalães o apoio à independência não era maioritário. Assim, o interesse de Puigdemont e de todos os que o apoiam no seu governo seria embrenhar-se pelo caminho da ilegalidade e do caos.   Afrontando abertamente a Constituição espanhola e aprovando, ilegalmente, no Parlamento catalão, leis de ruptura com o Estado espanhol e com a Coroa, o executivo de Puigdemont encaminhou a situação para o confronto.

  O objectivo primordial era o de confrontos e as imagens do uso da força por unidades de segurança do Estado, como a Guarda Civil. Estas imagens passeariam pelo mundo como agressões incompreensíveis e anti-democráticas. Além disso, possibilitaria a realização de um referendo que escapou a todos os mecanismos de vigilância legal e cujo resultado seria facilmente fabricado como arma propagandística.
  
  Como referia Rui Ramos no dia 29 de Setembro no seu artigo Venezuelização da Catalunha publicado no jornal on-line Observador: “A crise catalã começou com as habilidades à António Costa de políticos falhados. Foi assim que a extrema-esquerda se tornou no árbitro da política catalã, e o separatismo a agenda do governo local.
  
  Para começar, não há um problema entre a Catalunha e a Espanha. Há um problema de políticos falhados que, em risco de perder o seu poder na Catalunha, onde não têm a maioria, recorrem ao mais velho de todos os truques: uma guerra de independência contra o governo de Madrid. (...)
O problema da Catalunha não é diplomático. É político: este independentismo oportunista de políticos fracassados está a corroer o Estado de direito, a substituir o debate pela intimidação, o compromisso pelo ódio, os procedimentos regulares pelo golpismo, o voto pela rua, a lei pelo arbítrio.”

  Ora, nessa matéria, a esquerda radical – de simpatias chavistas – é mestra; agitação, ilegalidade, assalto às instituições, tudo em nome de um “aprofundamento da democracia”. E, misteriosamente, o governo de Mariano Rajoy permitiu que a situação chegasse a seu extremo, sem ter tomado as medidas legais e constitucionais que inabilitariam os sediciosos da Catalunha.

   Anteontem a ponderada mas firme intervenção do Rei Felipe VI denunciou o comportamento de determinadas autoridades da Catalunha que descumpriram a Constituição e o seu Estatuto de autonomia de uma maneira reiterada, consciente e deliberada. “Com as suas decisões – afirmou o Monarca – vulneraram de maneira sistemática as normas aprovadas legal e legitimamente, demonstrando deslealdade inadmissível aos poderes do Estados”.
Acusou ainda essas autoridades de terem debilitado a harmonia e convivência da própria sociedade catalã, chegando desgraçadamente a dividi-la. “Hoje a sociedade catalã está fracturada e enfrentada”, acrescentou.
  
  Estendendo a mão aos catalães, o Rei soube exercer o factor de unidade que cabe à Coroa, impedindo as investidas das correntes minoritárias a quem só interessa o caos para “pescar em águas turvas”.

  Também por cá as geringonças reféns da esquerda radical de diversos matizes podem dar-nos surpresas.