Fonte: news.discovery.com / Rosella Lorenzi
Onde houver dúvida, que eu leve a fé.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.da Oração de São Francisco de Assis
No passado dia 13 o mundo católico rejubilou com a eleição do Papa Francisco I como sucessor de Pedro, bispo de Roma e Sumo Pontífice da Igreja Católica.
Quando ao fim da tarde do segundo dia do Conclave, ante a expectativa de uma multidão reunida na Praça de São Pedro, saiu o tão esperado “fumo branco” da chaminé da Capela Sistina, era o sinal de que o Colégio Cardinalício acabava de eleger um novo Pontífice.
A partir daquele momento, e até ser anunciado a Roma e ao Mundo Habemus Papam, muitos milhões de católicos questionavam-se sobre quem seria o sucessor do Papa Bento XVI e qual o seu perfil.
Ao ser conhecido o nome de Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos de idade, Arcebispo de Buenos Aires, que agora se tornava no Papa Francisco I, constatou-se mais uma vez, tal como há 8 anos com a eleição de Bento XVI, que as previsões de muitos vaticanistas estavam bem distantes da realidade e não se confirmavam. E, no caso do Papa Francisco I, com o facto acrescido de que o Arcebispo de Buenos Aires não constava da lista dos prováveis “papabili”.
À eleição e ao anúncio do novo Papa seguiu-se um natural regozijo e entusiasmo das pessoas, acompanhado simultaneamente de alguma expectativa sobre o cunho próprio que Francisco I irá imprimir ao seu Pontificado.
É importante não esquecer que as circunstâncias que conduziram à realização do Conclave no qual foi eleito o actual Papa, foram tudo menos circunstâncias normais.
Com efeito, a notícia da renúncia de Bento XVI feita a 11 de Fevereiro foi recebida com enorme surpresa e apreensão pela generalidade dos católicos espalhados pelo mundo, a começar por muitos membros da hierarquia da Igreja.
Estátua de São Pedro na Basílica de São Pedro no Vaticano
Como referia então Bento XVI: “Dei este passo com plena consciência da sua gravidade e também da sua novidade”.
É um facto que a renúncia de Bento XVI constituiu uma situação totalmente inesperada para os milhões de católicos espalhados por todo o mundo.
O Pontificado de Francisco I que agora se inicia será certamente objecto de muitas e das mais variadas análises e comentários, em particular sobre um dos aspectos que, desde já, vai dando sinais claros do cunho próprio que o actual Papa quer imprimir à Igreja, tal como afirmou no primeiro encontro com a imprensa mundial: "Como eu gostaria de uma igreja pobre para os pobres.”
É de esperar, pois, que alguns sectores mais progressistas da Igreja, nomeadamente os defensores da Teologia da Libertação, tentem apropriar-se desde já desta afirmação do Papa Francisco I e utilizá-la em proveito próprio para justificarem algumas das suas posições.
Quando analisarmos e comentarmos os vários momentos do actual Pontificado que irão suceder-se, parece-me essencial ter sempre como pano de fundo a renúncia de Bento XVI ocorrida a 28 de Fevereiro. Ou seja, não é possível esquecer a grave situação interna da Igreja herdada pelo actual Papa Francisco I.
A confirmá-lo estão as palavras do então Pontífice, agora Papa emérito Bento XVI, proferidas antes da sua renúncia, ao realçar que Jesus "denunciou a hipocrisia religiosa”: "o rosto da Igreja é por vezes desfigurado por pecados contra a unidade da Igreja e divisões do corpo eclesiástico”.
No momento em que se inicia o Pontificado de Francisco I e, ao aproximar-se a Semana Santa, penso que esta é a altura adequada para uma reflexão profunda sobre aquelas palavras sábias e ao mesmo tempo preocupantes do seu antecessor, Bento XVI.
Sem comentários:
Enviar um comentário