Ibsen Noronha (Jurista)
Fonte: Revista VEJA
Fonte: Revista VEJA
Na edição de 4 de Julho da revista brasileira VEJA foi publicada uma longa e elucidativa reportagem com o sugestivo título: " Madraçal no Planalto ”. A matéria aí abordada já desencadeou um conjunto de reacções de repulsa e indignação nos meios académicos e em vários sectores da sociedade civil brasileira.
A reportagem relata como a Universidade de Brasília, uma das mais prestigiadas instituições académicas do Brasil, conhecida pela sua independência e um dos símbolos da luta em prol da democracia durante o Regime Militar, se tornou actualmente num instrumento de patrulhamento ideológico ao serviço do PT (Partido dos Trabalhadores) e num reduto da intolerância esquerdista.
Ao longo da reportagem, vários docentes desta prestigiada instituição académica relatam atitudes de intolerância e perseguição ideológica por parte da Direcção da Universidade a docentes que não estejam alinhados com a ideologia dominante.
Depois de denunciada esta situação, a VEJA foi ao campus da Universidade de Brasília apurar as denúncias de que um símbolo da luta democrática no Brasil está a transformar-se num madraçal esquerdista em que a doutrinação substituiu as actividades académicas essenciais.”
Segundo aquilo que a VEJA conseguiu apurar, de acordo com os depoimentos recolhidos, não restam dúvidas de que está efectivamente em curso o referido processo de doutrinação ao serviço da ideologia radical da esquerda. É oportuno referir que este processo é liderado pelo próprio reitor da Universidade, José Geraldo Sousa Júnior, um dos fundadores do PT do Distrito Federal.
Uma das docentes, a Procuradora de Justiça Roberta Kaufmann relatou que, num debate para o qual tinha sido convidada relativo a um projecto de adopção de quotas raciais para negros e índios nas universidades públicas – projecto a que ela se opõe - não conseguiu expor as suas ideias e foi apelidada de racista e o seu carro vandalizado. E afirmou: "A Universidade de Brasília tornou-se num palco das piores cenas de intolerância. Não há espaço para diálogo. Ou você partilha do pensamento dominante ou será perseguido.”
Roberta Kaufmann (Procuradora de Justiça)
Num outro depoimento o jurista Ibsen Noronha, especialista em história do Direito brasileiro que deixou a Universidade de Brasília em finais do ano passado visto a sua disciplina ter desaparecido do currículo, afirmou: “Foi retaliação diante da (minha) posição extremamente crítica em relação ao polémico regime de cotas, uma das bandeiras que tem na actual gestão da Universidade de Brasília os seus maiores defensores.”
Como denunciava ainda o sociólogo Demétrio Magnoli e docente desta prestigiada instituição académica: "Um campus, por definição, deve ser uma praça de debates onde a diversidade de ideias é o maior valor. É preocupante quando uma universidade adopta uma posição ideológica. A Universidade de Brasília vive o processo típico de uma instituição que se tornou um aparelho em prol de uma causa".
Demétrio Magnoli (Sociólogo)
Parece-me, pois, razoável levantar a seguinte questão: Porquê transformar uma das mais prestigiadas instituições académicas do Brasil num reduto da intolerância esquerdista e da perseguição ideológica?
Só me ocorre uma resposta, que parece ser óbvia. Ao agirem dessa forma, os mentores deste processo tentam impor um pensamento único e um domínio ideológico. Agindo assim, têm certamente como meta disseminar de forma gradual a partir da prestigiada Universidade de Brasília esse pensamento único e esse domínio ideológico a outras universidades brasileiras, para desse modo tentarem operar enormes transformações nas mentalidades de forma gradual e orquestrada sem ser notada.
Nos dias actuais repete-se à exaustão a ideia de que vivemos a era do fim das ideologias.
Ora, os factos que acabo de relatar vêm desmentir e contrariar de forma inequívoca essa ideia tão em voga sobretudo na sociedade ocidental.
Ora, os factos que acabo de relatar vêm desmentir e contrariar de forma inequívoca essa ideia tão em voga sobretudo na sociedade ocidental.
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