12 de março de 2016

A posse do XX Presidente da República e o 26º Congresso do CDS-PP

  

Posse do XX Presidente da República

   Esta semana, há dois factos importantes ao nível da política nacional que merecem a minha análise. Por um lado, temos a posse do XX Presidente da República. Por outro, o 26.º Congresso do CDS-PP que terá lugar nos próximos dias 12 e 13.

   A posse do Professor Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente da República é, sem sombra de dúvidas, o facto mais importante da semana. O recém-empossado Chefe de Estado vem inaugurar uma nova forma de desempenho das funções do mais alto cargo da Nação, numa Presidência que, segundo palavras suas no dia da eleição, será uma “presidência dos afectos”.

  A tomada de posse do XX Presidente da República ficou assinalada por uma série de actos simbólicos, tanto no Parlamento como fora dele.

  Dado o interesse de que tais actos se revestiram, irei analisá-los de forma pormenorizada numa próxima crónica.

  Quero, no entanto, realçar desde já, a atitude claramente antidemocrática e de desrespeito pela mais alta instituição do Estado, a Presidência da República, protagonizada pelos partidos da esquerda radical, BE e PCP que, no Parlamento, a casa da democracia, e alegadamente em representação do povo, não aplaudiram a investidura de Marcelo Rebelo de Sousa como novo Chefe de Estado.

   Tal atitude revela, em minha opinião, a ideia que as lideranças e os deputados desses partidos têm das instituições do Estado. Ou seja, as instituições do Estado servem-lhes apenas, se estiverem de acordo com a sua agenda ideológica. Por outras palavras, para estes dois partidos, o Estado e as suas instituições são, única e exclusivamente, um trampolim para tentarem impor ao país e à sociedade portuguesa a sua agenda ideológica radical, a reboque de um governo liderado actualmente pelo Partido Socialista, um partido sem legitimidade política para governar, ainda que essa agenda contrarie a vontade livremente expressa nas urnas pela maioria do povo português.


  26.º Congresso do CDS-PP

    O Congresso que terá lugar durante o próximo fim-de-semana reveste-se de especial importância, uma vez que irá marcar o fim de um longo período de liderança de Paulo Portas que teve altos e baixos.
 
   Vai marcar também o início de uma nova liderança do CDS-PP que parece estar assegurada por Assunção Cristas, com a moção que irá apresentar ao Congresso, a menos que algo de inesperado venha a ocorrer na reunião magna dos centristas.

   Entre as várias moções a apresentar ao Congresso, quero destacar a moção 3 M que se divide em três partes – Parte 1. Memória, Parte 2. Mudança e Parte 3. Maioria. É primeiro signatário desta moção o Dr. Filipe Anacoreta Correia.
 
  A terminar, passo a ler alguns excertos retirados da mesma.

  Memória: “No CDS, será o tempo de afirmação de uma nova liderança. (...) O tempo das pessoas e das equipas, mais do que dos seguidismos e quaisquer outros “ismos”. O tempo das propostas sólidas, da consistência das ideias, da coerência dos valores e dos princípios.”

  Mudança: O nosso desígnio consiste em conciliar a urgência do reformismo e de combate a um socialismo impregnado, mas falido, com uma visão de crescimento económico e social sustentados, de promoção do mérito e da justiça e de combate à pobreza. (... ) Quando, depois de nós, vemos tamanho disparate e distrate, é natural que não queiramos perder muito tempo a olhar para trás em contrições estéreis.

  Maioria: Não concordamos com aqueles que acham que teremos os votos dos portugueses se formos apenas o melhor partido do centro-direita, num posicionamento demasiado ao centro e sem grande rasgo político. (...) Temos, pois, de travar um duro debate contra o populismo, diante daqueles que dizem mover-se por solidariedade, mas que, com as suas promessas vãs e inconsistentes, apenas deixam os portugueses solitários, ameaçados e vulneráveis diante de uma mais que provável crise financeira.”

   Até para a semana.