26 de novembro de 2015

O GOVERNO ILEGÍTIMO DE ANTÓNIO COSTA E A FACE AUTORITÁRIA DO PARTIDO SOCIALISTA



Ao sentar-me para escrever mais um Reparo do Dia não foi fácil saber por onde começar, de tal forma têm sido conturbados os acontecimentos internacionais, em especial na Europa, bem como os cenários da nossa política interna.

França, Bélgica e Alemanha estão neste momento no coração de uma tempestade, o terrorismo islâmico, que, em breve, poderá arremeter também contra as nossas cidades e pôr em causa a nossa segurança, alterando inevitavelmente o estilo de vida que conhecemos nas sociedades ocidentais.

A guerra da Síria vai gerando crispações e eventos militares, como o que envolveu há dias a Turquia e a Rússia, podendo a qualquer momento desencadear um conflito mais grave.

Em Portugal, o tumulto político arquitectado e desencadeado pelo derrotado Partido Socialista – inspirado na sua “face oculta” – faz-nos voltar ao ambiente de instabilidade política e de ambições autoritárias do PREC, ou ao jacobinismo político da Primeira República, liderada por um outro Costa, Afonso Costa.

Nas últimas semanas tive oportunidade de abordar empresários, pequenos comerciantes e simples cidadãos que votaram na coligação Portugal à Frente e questioná-los sobre a anormal reviravolta política que se operou no último mês em Portugal, perguntando-lhes para que tinha servido o seu voto.

A resposta foi invariavelmente a mesma: “O meu voto não serviu para nada.”

Afinal constata-se que as tão sagradas regras da democracia representativa e, sobretudo, o tão exaltado direito de voto apregoado aos quatro ventos pelos socialistas como, a voz do povo soberano, foi rudemente amesquinhado pelos auto-intitulados “pais da democracia” que desde Abril de 1974 se consideram os donos e pais fundadores da democracia em Portugal.

O grande derrotado, o Partido Socialista, vai assumir hoje o governo de Portugal de forma politicamente ilegítima contra a vontade expressa da maioria do eleitorado, que a 4 de Outubro escolheu a continuidade, num clima de paz social e de serenidade política. E isto ocorre com o aval de quem foi escolhido para ser o garante da Constituição e das instituições do Estado.

Há algo de podre no Reino da Dinamarca!

A democracia não pode ser reduzida apenas a números! Deve primar pela ética e pela interpretação do sentido de uma consulta eleitoral.

Como afirmava Francisco Sá Carneiro, “A política sem ética é uma vergonha”.

Será que os portugueses quiseram dar a direcção do País ao Partido Socialista? Mais ainda, será que os portugueses quiseram entregar o governo do País a uma base política integrada por estalinistas ferrenhos, que apoiam ditaduras como as de Cuba e da Coreia do Norte, ou a trotskistas antidemocráticos? Quem não vê que estamos perante uma aberração e um atentado ao próprio regime democrático?

A manipulação da realidade eleitoral comandada por António Costa e pelo Partido Socialista, fez com que caísse de vez a máscara de um Partido que se afirmava respeitador da Democracia, das suas regras e das suas instituições.

Com a reviravolta política operada pelo Partido Socialista, é revelada aos portugueses a face autoritária deste partido, ou seja, dos que utilizam as regras do regime democrático e as suas instituições, precisamente, para destruir essa democracia e aparelhar o Estado em benefício dos seus projectos ideológicos.

Na América do Sul, tem-se vindo a assistir há mais de uma década a um processo semelhante, ou seja, o chamado Socialismo do Século XXI, ou bolivarianismo. Utilizando os mecanismos do Estado de Direito, regimes ditatoriais, como o da Venezuela, destruíram a pujança do tecido económico e os princípios da democracia. Nicolas Maduro declarou abertamente que, se perder as eleições, no início de Dezembro, não respeitará os resultados e manter-se-á no poder, se necessário, pela força das armas.

Um processo político semelhante de perversão das regras da democracia representativa parecer ter tido início em Portugal sob a liderança de António Costa, refém dos partidos da extrema-esquerda.


Os métodos do socialismo do século XXI, com o qual o Partido Socialista estreitou laços institucionais e outros, nem tanto, sobretudo no governo de José Sócrates, parecem começar a ganhar terreno em Portugal.

5 de novembro de 2015

AS ÁGUAS TURVAS DO ACTUAL REGIME E O PROJECTO SOCIALISTA DE ASSALTO AO PODER

   


   A expressão "pescar em águas turvas" indica a atitude de quem procura criar ou aproveitar-se de uma situação confusa para tirar proveito em benefício próprio. Na situação política actual, há gente mal-intencionada a querer “pescar em águas turvas”.

   Nos dias que antecederam as eleições de 4 de Outubro, o País foi assistindo ao crescimento, por toda a parte, de manifestações de rua animadas e cordatas em prol da coligação Portugal à Frente.
Eram pessoas de todas as idades e condições sociais que representavam um Portugal profundo, pacífico e desejoso de uma continuidade, sem aventuras, que permitisse um futuro com esperança, apesar das dificuldades enfrentadas nos últimos anos.

   Delineava-se, com clareza cada vez mais acentuada, a vitória da coligação, contra as máquinas publicitárias reinantes em boa parte da comunicação social, contra os agoiros de certos comentadores e analistas políticos, contra certas sondagens que, até pouco tempo antes, prenunciavam a sua derrota e não ousavam agora passar da constatação de um permanente “empate técnico”.
 
   Foi então que eclodiu nos meios políticos e jornalísticos portugueses um verdadeiro terrorismo político sem escrúpulos, revelador de uma articulação nos bastidores de forças que estavam dispostas a não reconhecer os resultados eleitorais e simultaneamente a forçar um volte-face na situação política portuguesa, contra tudo e contra todos. Começou a falar-se de um governo à esquerda e de uma coligação que duraria apenas até ao dia das eleições, etc.

   Chegou, por fim, a noite do dia 4 de Outubro e as urnas confirmaram a vitória inequívoca da Coligação Portugal à Frente. O Partido Socialista, conduzido por António Costa, era o grande derrotado da noite. Não conseguiu a maioria absoluta com que sonhava, não conseguiu vencer, nem sequer obteve um número de deputados superior ao PSD, considerado isoladamente. As caras de consternação nos meios socialistas, no quartel-general de campanha do PS, não deixavam dúvidas sobre a dimensão da derrota.
 
   Mas, curiosamente, quem naquela noite chegasse a Portugal, desconhecendo o que se passara, tinha a impressão que a Coligação Portugal à Frente era a grande derrotada das eleições. Com efeito, uma agenda mediática alinhada com a agenda socialista destacava os “triunfos” da esquerda… de tal forma que se ficava com a impressão que o eleitorado recusara massivamente a coligação governamental.
 
   Começava, então, a revelar-se uma trama: o assalto ao poder a qualquer custo, o desrespeito pelas normas do Estado de Direito democrático, o desrespeito pelos resultados eleitorais de um País que escolheu a continuidade política, sem novas aventuras. Os portugueses começavam a ver delinear-se no horizonte um governo de Leninistas, Estalinistas e Trotskistas, capitaneado pelo derrotado Partido Socialista. Até mesmo dentro do PS, certas vozes passaram a demonstrar a sua discordância para com a direcção do Partido, alinhado com os interesses da verdadeira “face oculta” desta trama: o ex-primeiro Ministro José Sócrates.
 
   Além de parecerem dispostas a levar de roldão um esforço de quatro anos que tirou Portugal da bancarrota a que tinha sido conduzido pelo Partido Socialista, essas forças mostravam agora a sua agressividade e crispação na tentativa de impor ao País uma grave agenda de temas fracturantes que de modo algum foi sufragada pelo eleitorado.

   E, por fim, no caso da censura prévia, solicitada pela defesa de José Sócrates para o grupo COFINA, proprietário do Correio da Manhã, através da interposição de uma providência cautelar, estava a determinação em amordaçar os meios de comunicação e, se possível, aparelhar o Estado para que não venha a ser apurada a verdade sobre a rede delituosa, montada durante os governos do Partido Socialista da era Sócrates que subjugava as instituições do Estado de Direito aos interesses de um projecto de poder.

   Curiosamente, por estes dias, vão sendo reveladas na imprensa nacional e estrangeira informações que aproximam de forma claríssima o imenso esquema de corrupção instaurado no Brasil, por Lula da Silva, em prol do projecto de poder autoritário do Partido dos Trabalhadores e o esquema corrupto no qual está envolvido o nome de José Sócrates e de outros dirigentes socialistas.

   Vale a pena recordar que, quando José Sócrates pretendeu voltar à vida pública com o lançamento do seu livro, convidou para apresentá-lo o ex-presidente do Brasil, Lula da Silva, numa viagem, toda ela, envolta em enormes polémicas e suspeitas.

   Fica no ar uma pergunta: Será que a agitação jacobina que está a abalar Portugal e que, para muitos, faz reviver momentos do PREC, quando a esquerda tentava implantar uma ditadura no País, tem a finalidade de impedir que boa parte do Partido Socialista e, talvez, de certa esquerda, bem como dos seus altos dirigentes, seja varrido da cena pública, envolto na lama da corrupção?