13 de outubro de 2011

A perseguição ideológica esquerdista na Universidade de Brasília

Ibsen Noronha (Jurista)
Fonte: Revista VEJA

     Na edição de 4 de Julho da revista brasileira VEJA foi publicada uma longa e elucidativa reportagem com o sugestivo título: " Madraçal no Planalto ”. A matéria aí abordada já desencadeou um conjunto de reacções de repulsa e indignação nos meios académicos e em vários sectores da sociedade civil brasileira.

  A reportagem relata como a Universidade de Brasília, uma das mais prestigiadas instituições académicas do Brasil, conhecida pela sua independência e um dos símbolos da luta em prol da democracia durante o Regime Militar, se tornou actualmente num instrumento de patrulhamento ideológico ao serviço do PT (Partido dos Trabalhadores) e num reduto da intolerância esquerdista.

  Ao longo da reportagem, vários docentes desta prestigiada instituição académica relatam atitudes de intolerância e perseguição ideológica por parte da Direcção da Universidade a docentes que não estejam alinhados com a ideologia dominante.

  Depois de denunciada esta situação, a VEJA foi ao campus da Universidade de Brasília apurar as denúncias de que um símbolo da luta democrática no Brasil está a transformar-se num madraçal esquerdista em que a doutrinação substituiu as actividades académicas essenciais.”

  Segundo aquilo que a VEJA conseguiu apurar, de acordo com os depoimentos recolhidos, não restam dúvidas de que está efectivamente em curso o referido processo de doutrinação ao serviço da ideologia radical da esquerda. É oportuno referir que este processo é liderado pelo próprio reitor da Universidade, José Geraldo Sousa Júnior, um dos fundadores do PT do Distrito Federal.

  Uma das docentes, a Procuradora de Justiça Roberta Kaufmann relatou que, num debate para o qual tinha sido convidada relativo a um projecto de adopção de quotas raciais para negros e índios nas universidades públicas – projecto a que ela se opõe - não conseguiu expor as suas ideias e foi apelidada de racista e o seu carro vandalizado. E afirmou: "A Universidade de Brasília tornou-se num palco das piores cenas de intolerância. Não há espaço para diálogo. Ou você partilha do pensamento dominante ou será perseguido.”

 
 Roberta Kaufmann (Procuradora de Justiça)

  Num outro depoimento o jurista Ibsen Noronha, especialista em história do Direito brasileiro que deixou a Universidade de Brasília em finais do ano passado visto a sua disciplina ter desaparecido do currículo, afirmou: “Foi retaliação diante da (minha) posição extremamente crítica em relação ao polémico regime de cotas, uma das bandeiras que tem na actual gestão da Universidade de Brasília os seus maiores defensores.”
 
  Como denunciava ainda o sociólogo Demétrio Magnoli e docente desta prestigiada instituição académica: "Um campus, por definição, deve ser uma praça de debates onde a diversidade de ideias é o maior valor. É preocupante quando uma universidade adopta uma posição ideológica. A Universidade de Brasília vive o processo típico de uma instituição que se tornou um aparelho em prol de uma causa".


Demétrio Magnoli (Sociólogo)
 
  Parece-me, pois, razoável levantar a seguinte questão: Porquê transformar uma das mais prestigiadas instituições académicas do Brasil num reduto da intolerância esquerdista e da perseguição ideológica?

  Só me ocorre uma resposta, que parece ser óbvia. Ao agirem dessa forma, os mentores deste processo tentam impor um pensamento único e um domínio ideológico. Agindo assim, têm certamente como meta disseminar de forma gradual a partir da prestigiada Universidade de Brasília esse pensamento único e esse domínio ideológico a outras universidades brasileiras, para desse modo tentarem operar enormes transformações nas mentalidades de forma gradual e orquestrada sem ser notada.

   Nos dias actuais repete-se à exaustão a ideia de que vivemos a era do fim das ideologias.

   Ora, os factos que acabo de relatar vêm desmentir e contrariar de forma inequívoca essa ideia tão em voga sobretudo na sociedade ocidental.

6 de outubro de 2011

5 de Outubro de 1143: Fundação da Nacionalidade - 5 de Outubro de 1910: símbolo da divisão dos Portugueses

Fonte: Paulo Duarte/Jornal de Negócios 
 
  Assinalou-se ontem, mais um aniversário da Implantação da República, a 5 de Outubro de 1910. Uma vez mais, esta data foi comemorada apenas por algumas figuras do Estado e assinalada oficialmente com o discurso do Presidente da República.

  De referir que, ano após ano, o 5 de Outubro, continua a ser comemorado em cerimónias oficiais que não despertam qualquer interesse, entusiasmo, nem tão pouco adesão da sociedade civil aos ideais republicanos.

  A razão para esta falta de adesão aos pretensos ideais republicanos deve-se, por um lado, à enorme distância histórica que nos separa dos factos ocorridos a 5 de Outubro de 1910, e sobretudo, pela forma conturbada e violenta que caracterizou os 16 anos da 1ª República e o descalabro económico a que o novo regime imposto pela força das armas em 1910 conduziu o país, factos sobejamente confirmados e conhecidos e que não são passíveis de duplas interpretações.

  É de referir de modo particular a entrada de Portugal na 1ª Guerra Mundial onde perderam a vida milhares de nossos concidadãos e os custos avultadíssimos desse conflito para o erário público.

  Acresce ainda o facto de os ideais republicanos que foram proclamados solenemente a 5 de Outubro de 1910 na Praça do Município em Lisboa, terem rapidamente começado a ser defraudados pelos mentores do recém-implantado regime.

  Recordando aqui o que afirmei em 5 de Outubro de 2010 no Discurso, pelo Grupo Parlamentar do CDS-PP, na Sessão Solene extraordinária da Assembleia Municipal de Vila Real: É com um sentimento de profunda reprovação que constatamos que o Estado Português, no dia 5 de Outubro, insiste em não comemorar a data que assinala o momento fundacional de Portugal como Nação, ou seja o dia em que foi reconhecida a soberania portuguesa e quando o título de “rex” usado por Dom Afonso Henriques desde 1140 foi confirmado pelo Tratado de Zamora.

  É, pois, totalmente inaceitável, que, num país como Portugal, com mais de oito séculos de História de Monarquia, e apenas 101 anos de República, as entidades oficiais teimem em não celebrar o dia 5 de Outubro do ano de 1143 como a data que assinala a Fundação de Portugal como Nação independente, dando-lhe o destaque que a mesma mereceria.

  Terão os actuais responsáveis pelo sistema Republicano vergonha ou receio em dar o devido destaque a uma data que é sinónimo de união de todos os Portugueses, ou seja a data que assinala a nossa independência e a nossa identidade como portugueses?

  Será esta atitude, reflexo de uma falta de visão histórica?

  Ou talvez o reflexo de um enviesamento ideológico, dominado por uma certa mentalidade jacobina que teima em afirmar-se até aos nossos dias, impondo a sua visão exclusivista e distorcida da História e, desse modo, exercer influência em inúmeras instituições do Estado e, através do Estado, na sociedade, contra aquilo que é a forma natural e autêntica de sentir e de agir do povo português, em tudo contrária a essa mesma mentalidade jacobina?

  Pense nisto.